Burguesia já prepara perdão a Bolsonaro
Tenta-se desqualificar denúncias graves e consistentes, que Bolsonaro jamais foi capaz de esclarecer, escreve Paulo Moreira Leite
(Foto: Lula Marques / Agência Brasil)
Subitamente, o esforço para livrar Jair Bolsonaro de uma justificada e necessária condenação judicial tornou-se a preocupação número 1 de nossos liberais de ocasião.
Num exemplo chocante deste comportamento, reportagem da Folha (20/08/2023) emprega um adjetivo sob medida para tentar enfraquecer as denúncias já reunidas contra o ex-presidente.
Em texto de página quase inteira, a Folha se refere à operação clandestina para surrupiar diamantes da Arábia Saudita, avaliados em 16,5 milhões de dólares da Arábia Saudita (VEJA, 5/03/2023, 18h49), como "suposto desvio de joias e presentes recebidos por Jair Bolsonaro".
Ao tratar da tentativa de golpe de Estado no segundo turno de 2022, fartamente documentada em imagens sobre o comportamento da Polícia Rodoviária Federal para bloquear o caminho das urnas em regiões que poderiam assegurar uma vitória folgada de Lula, o jornal emprega o mesmo recurso retórico.
Fala em "suposto plano contra as urnas relatado à CPI do 8 de janeiro pelo programador Walter Delgatti".
Não é difícil entender a razão desse comportamento. Tenta-se desqualificar denúncias graves e consistentes, que Bolsonaro jamais foi capaz de esclarecer, para abrir caminho para um perdão inconfessável mas conveniente a todos que se beneficiaram da bandalheira econômica que Jair & Cia instalaram no país, acumulando vantagens indecorosas que acumularam em quatro anos.
A dificuldade é que a investigação realizada pela Polícia Federal não envolve suposições. Comprova o envolvimento do principal assessor presidencial, tenente-coronel Mauro Cid, em operações que tinham Bolsonaro como destinatário. E aponta para o andar de cima, onde se encontra o general Mauro Cid, pai, que se mobilizou nos Estados Unidos em movimentos de apoio ao antigo colega de Academia Militar.
A escolha é clara. Ou brasileiros e brasileiras se mobilizam para reconstruir um futuro de mudanças, iniciativa que implica em cobrar responsabilidades – a começar pelo ex-mandatário – e denunciar pactos lesivos aos interesses da maioria.
Ou nosso país estará destinado a integrar o horizonte de tragédias sucessivas acumuladas pela imensa maioria das nações latino-americanas nos últimos anos, numa paisagem de pesadelo e falta de perspectivas em torno de nossas fronteiras, que mostra um cemitério de sonhos traídos e esperanças abandonadas.
Alguma dúvida?
Paulo Moreira Leite
Colunista e comentarista na TV 247
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A Folha de São Paulo sempre foi e continua a ser de direita, apenas objetivando atender aos anseios de ricos e políticos capachos desses. Todas as pessoas e entidades que se preocupam com o social, com a melhoria de vida dos trabalhadores, dos pobres e vulneráveis, automaticamente se tornam alvo das críticas da Folha. Bolsonaro, em sua péssima gestão como presidente, foi plenamente dominado por políticos da direita, os quais impuseram sua vontade na administração do país. Com exceção dos militares, os trabalhadores do Brasil perderam capacidade de compra, não tendo seus proventos reajustados adequadamente. A Educação foi relegada a terceiro plano. Graças a Deus, com a eleição de Lula, o país voltou a ser administrado corretamente. E não adianta latir... A jumentada bolsomínion, a cada dia reduz seu rebanho.
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