Cães que são “guias”!

De acordo com a lei 11.126, o cão-guia de pessoas com deficiência visual tem direito a ingressar e permanecer em estabelecimentos turísticos.

Nayara Oliveira - Agência de Notícias do Turismo
Publicada em 09 de janeiro de 2019 às 12:37
Cães que são “guias”!

Mellina e Hilary após check-in em hotel em Caldas Novas (GO). Foto: Arquivo pessoal

Não há desafios que não possam ser encarados por quem é apaixonado por viajar. Para pessoas com deficiência visual, essa máxima também é válida e tem se tornado cada vez mais possível em virtude da lei nº 11.126, que define a permissão a cães-guia, acompanhados de seus donos, para ingressarem e permanecerem em ambientes de uso coletivo. A regra vale para todo o território brasileiro e os estabelecimentos ou serviços – incluindo os do setor turístico – que descumprirem a medida estão sujeitos à interdição e multa.

Proprietários e profissionais do mercado de Viagens devem estar atentos à facilitação do acesso de pessoas com deficiência em visita aos destinos turísticos. Para auxiliar nessas e outras informações de apoio, o Ministério do Turismo disponibiliza, em versão eletrônica, a cartilha Dicas para Atender Bem Turistas com Deficiência. O material foi desenvolvido para orientar prestadores de serviços turísticos a receberem melhor os visitantes com algum tipo de deficiência visual.

EXPERIÊNCIA - A paulistana Mellina Hernandes, 34 anos, foi diagnosticada com uma doença degenerativa que retirou sua capacidade de enxergar. Há cinco anos ela adotou Hilary, uma labradora preta que se tornou os olhos de Mellina. É Hilary que auxilia a turismóloga na locomoção do dia a dia e que também se transformou em uma grande companheira de viagem. Juntas, a dona e a “filha” de quatro patas já viajaram para mais de 29 destinos brasileiros.

“Em 2015 embarquei para Curitiba (PR) e viajei pela primeira vez sozinha com a Hilary. No primeiro dia fiquei com medo de sair só com ela. Depois fui me sentindo segura, pois minha cão-guia aprendeu rapidamente os trajetos e não tivemos dificuldade para nos locomovermos. Essa experiência foi o ponto crucial para que eu diga que o cão-guia traz uma experiência inenarrável na vida de quem é cego”, explica a turismóloga e viajante assídua.

Apesar dos bons momentos em viagem, Mellina se depara constantemente com a falta de informação em estabelecimentos turísticos, que, em alguns casos, barram a entrada de Hilary. “Às vezes as pessoas não permitem nossa entrada ou ficamos um tempão esperando fora do local até que o funcionário consiga autorizar nossa entrada com o supervisor. Já fui barrada em hotel, passeio turístico e até transporte público, mesmo explicando que existe uma lei que dá respaldo para a presença dela”, conta.

Mesmo com as dificuldades, a turismóloga não desiste de se aventurar com sua companheira pelas belezas do Brasil e do mundo. Juntas, elas já viajaram para mais de 33 destinos e pretendem continuar conhecendo outros lugares. “A maior vantagem do cão-guia é que ele me proporciona autonomia e me ajuda a, literalmente, a sair andando por aí”, comemora Mellina.

Juntas, elas também conheceram o Parque Flamboyant, em Goiânia (GO). Foto: Arquivo pessoal

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