CPI ouve na quinta coronel Blanco, citado em pedido de propina por vacina

O senador quer esclarecer a presença do coronel na reunião em um restaurante de Brasília, onde teria ocorrido pedido de propina em negociação para compra da vacina AstraZeneca

Agência Senado/Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados
Publicada em 12 de julho de 2021 às 16:15
CPI ouve na quinta coronel Blanco, citado em pedido de propina por vacina

Bastante mencionado em depoimentos anteriores à CPI, coronel Marcelo Blanco esteve presente em jantar, em restaurante em Brasília, onde teria ocorrido pedido de propina por doses da AstraZeneca

A CPI da Pandemia vai ouvir nesta quinta-feira (15), a partir das 9h, o ex-diretor substituto do Departamento de Logística do Ministério da Saúde coronel Marcelo Blanco. A convocação atende ao requerimento de Alessandro Vieira (Cidadania-SE). O senador quer esclarecer a presença do coronel na reunião em um restaurante de Brasília, onde teria ocorrido pedido de propina em negociação para compra da vacina AstraZeneca.

A presença de Marcelo Blanco foi citada em depoimentos à CPI, tanto por Roberto Dias, ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, que depôs ao colegiado no dia 7 de junho, como pelo cabo da Polícia Militar de Minas Gerais Luiz Paulo Dominguetti, ouvido pelos senadores em 1º de julho. O policial seria também suposto representante da empresa americana Davati, que teria ofertado 400 milhões de doses da AstraZeneca. 

Dominguetti acusou Dias de pedir, em jantar no restaurante Vasto no dia 25 de fevereiro, propina de um dólar por dose de vacina na oferta das 400 milhões de doses. Já o ex-diretor do ministério disse que, nessa ocasião, o coronel Marcelo Blanco o viu no local e apresentou a proposta para a compra dos imunizantes.

Blanco, segundo Dias, estaria acompanhado de Dominguetti. Ainda de acordo com o ex-diretor, a proposta já havia circulado pelo ministério e ele teria informado ao coronel que só trataria do assunto em reunião formal no órgão, durante o expediente de trabalho.

Ainda durante seu depoimento a CPI, Dias recebeu voz de prisão após serem exibidos áudios, que segundo o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), desmentiam a versão do ex-diretor de que o encontro no restaurante teria sido “acidental”. Após cumprir detenção de cerca de cinco horas na sede da polícia legislativa do Senado, Dias pagou fiança de R$ 1,1 mil e foi liberado.

Vários senadores manifestaram perplexidade com o relato dos depoentes, assim como estranharam o intervalo de menos de 24 horas entre o encontro no restaurante e a reunião no ministério. Esses são dois dos principais motivos que tornaram imprescindível a oitiva do coronel Blanco pelo colegiado.

O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), apresentou requerimento de informações ao Comando do Exército para que a comissão tenha acesso a todos os relatórios e informações de inteligência relacionados ao coronel Blanco. 

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