Recente levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que os brasileiros estão gastando menos com serviços de saúde privada, como consultas e planos de saúde, mas desembolsando mais com medicamentos.
Os dados mostram que a participação das despesas com saúde no consumo final das famílias subiu de 7,3% em 2010 para 9,2% em 2021, último ano considerado na pesquisa. Enquanto isso, as despesas do governo na área se mantiveram praticamente estáveis nos últimos anos. Apesar de elas serem maiores em relação a de países vizinhos, o Brasil gasta com saúde em média 2,9 vezes menos do que as nações desenvolvidas.
O custo crescente dos cuidados de saúde é um problema grave para o País, considerando o fardo crescente das doenças e, normalmente, cresce mais rapidamente do que o custo de outros bens e serviços na economia. Este contexto não afeta apenas a qualidade dos cuidados prestados, mas também leva ao racionamento e à limitação dos serviços de saúde.
Além do custo dos cuidados em si, os custos indiretos associados à obtenção de cuidados de saúde, como alimentação, moradia e transporte, desencorajam as pessoas.
Outro fator que dissuade as pessoas pobres é o custo proibitivo e o acesso a medicamentos essenciais que salvam vidas. Esta situação exige uma reparação imediata e uma reavaliação das políticas públicas.
Os elevados custos dos cuidados de saúde exercem pressão sobre a situação fiscal já tensa e é um dos principais impulsionadores do desequilíbrio estrutural a longo prazo entre despesas e receitas que está incorporado no orçamento do país. Conter os elevados custos dos cuidados de saúde é importante para o bem-estar fiscal e econômico a longo prazo.
A saída é dar maior ênfase na manutenção da saúde e na prevenção de doenças. Também é necessário que haja uma mudança de foco para os cuidados de saúde primários, que são uma forma mais econômica de prestar serviços de saúde a uma população.
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