Ex-chefe da Casa Civil denuncia uso da Polícia Civil para espionar e perseguir adversários políticos do governador Marcos Rocha
Junior Gonçalves acusa deputado Ribeiro do Sinpol de liderar esquema de arapongagem política com anuência do governador, visando eleição de Marcos Rocha ao Senado e de Luana Rocha à Câmara Federal

PORTO VELHO (RO) – Em entrevista coletiva concedida na manhã desta sexta-feira (13), em um hotel da capital, o ex-chefe da Casa Civil de Rondônia, Junior Gonçalves, fez graves denúncias contra o governo estadual, afirmando a existência de um suposto esquema de espionagem contra adversários políticos do governador Marcos Rocha (União Brasil). Segundo ele, o plano incluiria uso ilegal de servidores da Polícia Civil e a formação de um “gabinete do ódio” para difamar opositores nas redes sociais.
Junior Gonçalves apontou que o sistema de monitoramento clandestino estaria sendo operado a partir da estrutura da própria Casa Civil, com a participação de blogueiros e influenciadores digitais que, segundo ele, teriam familiares nomeados em cargos comissionados no governo, com salários próximos de R$ 10 mil. “Blogs que têm família, filho, nomeado na Casa Civil, foram usados para plantar narrativas e manipular a opinião pública. Tudo isso com o objetivo de me forçar a pedir exoneração no início do mandato. Como resisti, intensificaram os ataques”, afirmou.
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De acordo com as denúncias, a estrutura de espionagem envolveria servidores da Polícia Civil, inclusive um delegado nomeado diretamente na Casa Civil, sem autorização judicial para exercer funções investigativas. O delegado em questão seria Marcos Correia, nomeado em maio de 2025 e apontado como responsável por tentar acessar sistemas de inteligência do Estado para montar dossiês e forjar operações contra adversários políticos. “Esse delegado tem buscado acesso aos sistemas de inteligência para realizar arapongagem e criar investigações fraudulentas”, disse Junior.
O ex-chefe da Casa Civil destacou ainda a atuação do deputado estadual Ribeiro do Sinpol, policial civil licenciado e atual vice-líder do Governo na Assembleia Legislativa, como um dos principais articuladores do esquema. Ribeiro também foi acusado recentemente por outro parlamentar, Marcelo Cruz, de vazar informações sigilosas sobre uma operação da Polícia Civil, que teria como alvo o próprio Cruz, ex-presidente da Alero e agora integrante da oposição.
Junior Gonçalves declarou que Ribeiro estaria por trás da exoneração da cúpula da Polícia Civil, com o intuito de nomear delegados alinhados ao projeto político do governo. “Ele entrevistou sete delegados para assumir funções estratégicas, mas todos recusaram ao saber que o objetivo era destruir a imagem do vice-governador Sérgio Gonçalves, meu irmão”, revelou.
Outra denúncia refere-se à substituição de uma delegada responsável por conduzir um inquérito contra o atual chefe da Casa Civil, Elias Rezende. Segundo Junior, a mudança ocorreu logo após o relatório do inquérito ser concluído. “É coincidência ou parte de uma movimentação planejada para interromper investigações incômodas?”, questionou.
Ainda conforme a entrevista, o suposto uso da Polícia Civil inclui tentativas de interferência na Gerência de Inteligência do Governo (GEI), unidade responsável por operações com autorização judicial. “Estão tentando controlar a GEI para monitorar adversários políticos. Isso não é mais sobre mim. Amanhã pode ser com qualquer cidadão ou jornalista que se oponha ao projeto de poder deste governo”, alertou.
Junior finalizou sua fala afirmando que, durante os seis anos em que atuou como chefe da Casa Civil, todas as decisões foram tomadas com ciência e anuência do governador Marcos Rocha. “Nada era feito sem autorização do governador ou da primeira-dama. Se hoje tentam colar em mim a pecha de corrupção, devem lembrar que a Casa Civil assessora diretamente o chefe do Executivo. É impossível agir sem seu conhecimento”, concluiu.
O governador Marcos Rocha está em viagem oficial a Israel. Até o momento, nem ele nem a Casa Civil se manifestaram oficialmente sobre as declarações. O espaço segue aberto para manifestação dos citados.
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