Fiocruz RO orienta sobre riscos de transmissão da Leptospirose em Rondônia

A Leptospirose é transmitida pela bactéria leptospira presente na urina de ratos, e pode penetrar no corpo através da pele lesada, por meio das mucosas, região dos olhos, boca e nariz, ou ferimentos expostos.

José Gadelha /Fotos: Jeferson Mota e Arquivo Fiocruz RO
Publicada em 09 de março de 2019 às 10:22
Fiocruz RO orienta sobre riscos de transmissão da Leptospirose em Rondônia

Nesta época do ano o problema vem se agravando devido à enchente

A Leptospirose é uma doença infecciosa grave que tem relação direta com o aumento do nível dos rios. O principal transmissor da doença é o rato, desde que esteja contaminado. Nesse caso, a contaminação ocorre de forma direta, mas há outras formas de transmissão da Leptospirose, como orienta Juan Miguel Villalobos-Salcedo, pesquisador em Saúde Pública e médico do Centro de Pesquisa em Medicina Tropical de Rondônia Cepem.

Segundo ele, “a transmissão da Leptospirose também pode ocorrer de forma indireta quando a urina do roedor entra em contato com a água ou alimentos que estão em contato com o homem”.

Além disso, o médico alerta para o alto de risco de contaminação, em casos específicos, como aqueles em que os profissionais atuam diretamente em locais que concentram a presença de roedores. “Existem ofícios de risco elevado para a contaminação da Leptospirose, como médicos veterinários, garis e trabalhadores de canais de esgoto”reforça Juan. Há ainda o risco de contágio em espaços recreativos, quando a pessoa entra em contato com água ou locais contaminados.

A Leptospirose é transmitida pela bactéria leptospira presente na urina de ratos, e pode penetrar no corpo através da pele lesada, por meio das mucosas, região dos olhos, boca e nariz, ou ferimentos expostos. Najla Benevides Matos, Microbiologista da Fiocruz RO, reforça a necessidade de manter o cuidado em áreas vulneráveis, ou ambientes que não contam com um mínimo de estrutura em saneamento básico. E nesse momento, principalmente, em que várias cidades de Rondônia enfrentam situações de cheia dos rios, os cuidados devem ser redobrados.

“Em Porto Velho, esses problemas vêm se agravando devido à enchente. Casas são alagadas e as pessoas, na necessidade de protegerem os seus bens, entram em contato com essa água contaminada e ficam expostas a esse microorganismo”, explica a pesquisadora.

Rato de laboratório.

Para diminuir os riscos de transmissão da doença em locais de enchente, é necessário evitar o contato direto com a água parada e cuidar da água usada para o consumo. Também é preciso manter os animais domésticos vacinados contra a Leptospirose.

No estado, em 2018, foram confirmados, segundo a Agevisa, 27 casos de Leptospirose contra 22 em 2017. Em Porto Velho, o Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron) realizou neste ano, em janeiro e fevereiro, oito notificações. Dois casos foram descartados e os demais estão em investigação.

SINTOMAS E TRATAMENTO

No homem os sintomas da Leptospirose variam de imperceptíveis a graves, potencialmente fatais, com comprometimento hepático e renal acompanhado de icterícia e hemorragias intensas. Os sintomas das infecções brandas podem ser confundidos com outras doenças como a malária, dengue e outras doenças virais ocasionando, inicialmente, calafrios, dor de cabeça, dor nas articulações, vômito e dores abdominais.  Dependendo do sorotipo da bactéria e da imunidade do paciente, os sintomas podem se agravar.

Em casos suspeitos, a principal orientação é procurar a unidade de saúde mais próxima. Em relação ao tratamento, os casos leves ou pouco sintomáticos são acompanhados com suporte de medicamentos para os sintomas apresentados. Os casos graves requerem atenção especial, incluindo internação e prescrição de antibiótico, além de suporte de correção hidro-eletrolítica e Ácido-Base. Se não for descoberta, em tempo hábil, a Leptospirose pode levar à morte por hemorragia pulmonar ou insuficiência renal.

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