Hoje, eu defendo o Suamy

Defendo o professor Suamy neste episódio por que sei que ele jamais se prestaria a um serviço “sujo” e “porco” como esse

Professor Nazareno*
Publicada em 10 de fevereiro de 2020 às 08:24
Hoje, eu defendo o Suamy

Suamy Vivecananda, secretário estadual de Educação de Rondônia, e o professor Nazareno

Suamy Vivecananda Lacerda de Abreu é um rondoniense nato, formado em História pela Universidade Federal de Rondônia e um bom conhecedor da História da Educação neste Estado com vários anos atuando em escolas do interior e também da capital. É um dos fundadores, junto comigo e outros professores, do Projeto Terceirão da Escola João Bento da Costa de Porto Velho que dispensa quaisquer comentários. É atualmente secretário de Estado da Educação. E pesa contra ele a denúncia de ter mandando recolher vários livros das escolas públicas do Estado. Um escândalo estadual, nacional e até internacional. Foi acusado de ter censurado obras reconhecidas como best-sellers mundiais. Não sou advogado deste honrado professor e nem tenho procuração para lhe defender. Mas nãoa credito que o mesmo tenha feito esse absurdo.

Suamy sempre foi meu amigo e trabalhamos juntos durante mais de 12 anos. Já divergimos em várias situações e não seria agora que o mesmo, apesar de ser secretário de Educação de um coronel-governador da extrema-direita, que é admirador de um capitão- presidente, do Exército e também da extrema-direita, iria “entregar o jogo com uma infantilidade dessas”. Suamy não é um intelectual refinado, não é autor de obras consagradas, nem tem profundos conhecimentos sobre todos os temas, mas também não é um idiota. Se ele obedeceu a uma ordem para recolher esses livros porque os mesmos tinham “conteúdos inadequados às crianças e adolescentes”, aí o idiota sou eu que sempre acreditei nele e nos seus bons propósitos. Censurar Rubem Alves, Machado de Assis, Edgar Allan Poe, Euclides da Cunha e Franz Kafka não é para qualquer Suamy.

E ele deveria saber disso. E ele, como um bom professor de História que sempre foi, não poderia jamais ter permitido que se fizesse isso. Suamy deve ter votado no coronel Marcos Rocha. Deve ter votado também no capitão Jair Bolsonaro, coisas que jamais eu teria feito. Eu tenho minha posição política e ele a dele. Até aí, tudo normal. Não sou de extrema-direita muito menos de esquerda. Odeio a ideologização desnecessária que se tem feito da sociedade brasileira atual. Para mim, quem destruiu e continua destruindo o Brasil não foi a direita nem a esquerda, mas as duas posições políticas. Ambas, quando estiveram no poder, roubaram, foram corruptas, pregaram a desigualdade social e nunca investiram o que deviam ter investido na Educação de qualidade. Por isso, ambas deviam ser escorraçadas de nossa vida política para sempre.

Defendo o professor Suamy neste episódio por que sei que ele jamais se prestaria a um serviço “sujo” e “porco” como esse. E não por que eu queira alguma benesse do Estado. Já sou um professor aposentando e estou “bem”. Mas se ele falhou neste aspecto e fez o que “acho que ele não fez”, abomino o seu posicionamento e a sua atitude tosca, pois jamais compactuaria com a censura e o obscurantismo. Os atuais governos, nos quais acho que o professor Suamy votou, não podem nem devem fazer o que quiserem com a nossa sociedade, pois o que já está estabelecido não admite mudanças. E com pouco mais de um ano à frente da Seduc/RO, Suamy foi um dos responsáveis pelas notas de Redação no ENEM/2019 das escolas públicas, que ficaram muito acima dos alunos das escolas particulares de Rondônia. Por tudo isso, acho que ele não quer ideologizar as escolas, mas fazer um trabalho de relevância. Assim espero!

*Foi Professor em Porto Velho.

Comentários

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    teixeira 11/02/2020

    O aparelho ideológico estatal sucumbiu a pasta SEDUC/RO, oficializaram à insuficiência de desempenho, a assinatura digital é verdadeiro concomitante com a relação das obras literárias que edificaram a literatura nacional, notas de repúdio das instituições nacional e internacional não param de manifestar, o descalabro institucional via SEDUC/RO, os nódulos do oprimido quando liberto manifestará eternamente um opressor, está gestão colegiada da Secretaria de Estado da Educação de Rondônia necessita de corrigenda. [...]. Os descalabro estão avolumando na pasta da SEDUC RO é chegado à hora da corrigenda !!!

  • 2
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    Carlson Lima 10/02/2020

    Ainda apareceram comentários do Senhor Heitor Borges sobre a polemica de censura promovida pela Seduc. Por que será? Logo ele que defende esses governos autoritários e um vereador da capital.

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    Charles Assunção 10/02/2020

    Um sujeito que usa o termo "professorzinho" e vai matricular seu filho numa escola pública ou não pública onde o quadro é composto por professores com diversos conceitos e atitudes só pode ser asno confesso.

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    Telma Rodrigues 10/02/2020

    Comentarista Mariana: Acho que você falou demais. Tivesse lido o texto do Nazareno, saberia que ele jamais concordou com a retirada daqueles livros das bibliotecas das Escolas Estaduais. Antes de opinar, leia, informe-se! Quem fala demais, dá bom-dia a cavalo. Fosse você, eu pediria desculpas ao Nazareno e começaria a ler, antes de criticar...

  • 5
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    Paulo 10/02/2020

    Esses petistas de meia tigelas que apoitaram no Estado de Rondônia não perdem uma oportunidade para atacar o Governo Estadual e Federal. Esse professorzinho que chamam de "Nazareno", que deveria ser chamado era de Lazarento, vem de público dizer que os livros de Nelson Rodrigues é cultura!!!. É a verdadeira apologia a degradação social. Além imoral, péssimo gosto e uma escrita de péssima qualidade. Imagino o que ensina para seus alunos.

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    Mariana 10/02/2020

    Onde se lê " sistema quo" leia-se " status quo"

  • 7
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    Carlson Lima 10/02/2020

    Uma coisa é certa, depois deste memorando acabou para o secretário de educação. Onde este for será lembrado por uma ação de censura contra a educação e ao ensino publico. O texto é claro, só faltou a frase em letras gritantes "CENSURA NÃO".

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    Mariana 10/02/2020

    Josemar, a verdade é que estão tentando justificar o injustificável, tapar o sol com a peneira, jogar para debaixo do tapete a sujeira ou mesmo como dizem agora, passando o pano! Sei ler e interpretar textos e não sou burra como sua Senhoria se refere a mim de forma tão gentil, e cada vez mais me convenço que os tempos estão sombrios e estranhos. Voce deve ter alguma relação pessoal com estes elementos e de forma passional me agride. Reafirmo sim que o Nazareno, pela primeira vez, se converte ao "sistema quo" reinante em Porto Velho capital de Roraima e em todo Brasil!

  • 9
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    Josemar Freire Botelho 10/02/2020

    Mariana leu o texto do professor Nazareno e não entendeu nada. Ou então não leu o texto, só o título do mesmo. Disse que o autor defendeu a censura e a retirada de autores renomados das escolas de Rondônia. E ainda disse de forma irresponsável e sem provas que o professor pegou grana ou algo assim para defender o secretário de educação de Rondônia. Parece que ela só leu o título do texto mesmo e esqueceu de ler o todo o texto. LEIA O TEXTO TODO SENHORA MARIANA, PARA NÃO POSTAR TOLICES SEM FUNDAMENTO. Por todo o texto, percebe-se que o autor é contra a censura e o obscurantismo. Inclusive diz não acreditar que o secretário de educação possa ter feito "tal tolice". Em qual parte do texto está dito isso que a senhora afirmou? Se a senhora não entende um pequeno texto como esse, fico imaginando aqui se fosse ler os livros que o professor Nazareno defende com maestria neste seu bom texto. A senhora parece ser uma ANALFABETA FUNCIONAL ou ENTÃO BURRA MESMO. Nada entende de interpretação de textos.

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    Mariana 10/02/2020

    Tempos estranhos estes, até o Nazareno defendendo a retirada de livros de autores renomados! Assim mesmo Nazareno pega seu quinhão afinal um dinheirinho a mais é uma boa né? E vamos domesticar a todos, o Nazismo começou assim!

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    Rubens Oliveira da Silva 10/02/2020

    Até então não se sabe de onde veio a ideia de censurar as obras mencionadas. De uma coisa tem-se certeza. O episódio serviu para pelo menos para uma coisa. Chamar a atenção do brasileiro para a importância da leitura na formação humana. Certamente muitas pessoas que não gostam de ler, tiveram a curiosidade aguçada para conhecer uma das obras em questão, que, aliás, ao contrário do que quiseram passar, são livros que deveriam ser lidos por todos.

  • 12
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    Parasita 01 10/02/2020

    A meu ver, não merece defesa! Aquele Memorando não surgiu do nada e aquele ato demonstra exatamente a mentalidade dos integrantes do Governo Bolsonaro. Ainda não sabemos de quem partiu a ordem para "aquilo", mas certamente existe alguma ordem superior para que fosse redigido, que isso fique esclarecido na apuração do Ministério Público Federal. Esse não é um episódio isolado de ataque à educação e, principalmente desrespeito aos nossos professores! Já estamos presenciando isso desde o primeiro dia do Governo Bolsonaro. Paulo Freire virou algoz, a cultura virou algoz, autores e atores viraram algozes! Não há ninguém fora do círculo governamental que valha alguma coisa, foram todos linchados e elevados a inimigos do Estado (a ditadura tem idêntico histórico). O Secretário teve a oportunidade de esclarecer: Falou de uma suposta denúncia (?) de que naqueles livros haviam palavrões (como se ele não conhecesse aquelas obras); a criação de comissão técnica (sic) para análise (comissão técnica? Cadê o ato que a criou? Quem a elegeu e atribuiu à mesma tamanha responsabilidade social? Quais foram os critérios para escolha desse membros?). Então agora a cultura fica relegada a uma comissão de poucos ideólogos governamentais que classifica livros historicamente reconhecidos como próprios ou impróprios? E quem disse que os livros em bibliotecas escolares estavam sendo recomendados para crianças? Qual foi o professor que algum dia recomendou esses livros às crianças? Estamos presenciando um desmonte da educação sob o pretexto do "Marxismo Cultural e Comunismo" (oh céus! embrulha até o estômago), não bastasse a ignorante falácia denominada "escola sem partido". O ser humano não é neutro quando se trata de política! Omitir as próprias convicções não é neutralidade, é covardia!

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