Lula precisa dividir para governar

É fundamental abrir as portas ao PP e ao Republicanos

Alex Solnik
Publicada em 07 de agosto de 2023 às 15:58
Lula precisa dividir para governar

Presidente Lula e plenário da Câmara (Foto: Agência Brasil | Agência Câmara)

Os partidos da base do governo não tem número de deputados suficiente para aprovar projeto algum. Sem a cooptação, adesão ou apoio (pode chamar pelo nome que quiser) de outros partidos de centro-direita, além dos já embarcados, Lula não vai conseguir cumprir as promessas de campanha. Por isso é fundamental abrir as portas ao PP e ao Republicanos.

O maior partido da base é o PT, com 68 deputados ou votos. Comanda nove ministérios. O PSB, que forneceu o vice Alckmin à chapa, tem apenas 15 deputados. E ganhou três ministérios. O PCdoB, com sete deputados apenas, tem um ministério. O PDT tem dois, com 18 deputados. 

Os números da centro-direita são bem melhores. O PSD tem 43 deputados. E três ministérios. O MDB, idem. O União Brasil  tem 59 e dois ministros. 

Ao PP, com 49 deputados, está prometido um ministério; ao Republicanos, com 41, também um.  

É óbvio que nem o mais otimista dos petistas acha que todos os deputados desses partidos vão votar com o governo em todas as votações. Ainda assim, o acordo será vantajoso para o governo.

Republicanos mais PP, mais União, somam 149 deputados. Se apenas metade votar com o governo, serão mais de 70 votos. Ao passo que PSB, PDT e PCdoB têm 30 votos no total. Se todos votarem com o governo. O equivalente a 25% dos votos do PP, mais Republicanos e mais União. 

Além dos votos para aprovar projetos, o governo precisa dividir a direita para evitar problemas. 

O PL, o maior opositor do governo, tem 99 deputados.  Se PP, União e Republicanos votarem em peso com ele, serão 248 votos contra Lula. E se o MDB aderir, 291. Com mais 51, aprovam até um impeachment.

Lula precisa dividir para governar.

Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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