MPRO consegue acordo de mais de R$ 16 milhões para melhorar sistema de energia de Machadinho do Oeste e Vale do Anari

O acordo foi firmado no bojo de uma Ação Civil Pública iniciada em 2009 pelo MPRO por meio da Promotoria de Justiça de Machadinho do Oeste

Gerência de Comunicação Integrada (GCI)
Publicada em 02 de junho de 2023 às 11:05
MPRO consegue acordo de mais de R$ 16 milhões para melhorar sistema de energia de Machadinho do Oeste e Vale do Anari

Após 14 anos de ações e intensas argumentações, o Ministério Público de Rondônia (MPRO) conseguiu um acordo de R$ 16.500.000 (dezesseis milhões e quinhentos mil reais), para melhorar o fornecimento de energia elétrica para a população de Machadinho do Oeste, Vale do Anari e regiões próximas. O acordo foi firmado durante audiência de conciliação na quinta-feira (1º/6) e também contou com a presença do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO).

O acordo foi firmado no bojo de uma Ação Civil Pública iniciada em 2009 pelo MPRO por meio da Promotoria de Justiça de Machadinho do Oeste. Na época, a ação foi contra a então responsável pela energia no estado, Centrais Elétricas de Rondônia (CERON). O objetivo inicial era obter a reparação dos vários danos causados pelas frequentes interrupções no fornecimento de energia elétrica nas localidades. Atualmente quem responde pelo caso é a Energisa.

As ações foram propostas e acompanhadas pelas Promotoras de Justiça Marlúcia Chianca de Morais, Naiara Ames de Castro Lazzari, Tereza de Freitas Maia Cotta, Valentina Noronha Pinto e pelo Promotor de Justiça Alisson Xenofonte de Brito.

“O processo teve origem devido aos problemas de má prestação do serviço e frequentes quedas de energia nas regiões. Agora essas obras devem impactar na manutenção e regularidade do fornecimento de energia na zona urbana, além da expansão da energia na área rural”, explicou o Promotor de Justiça Alisson Xenofonte de Brito.

As obras de melhoria de infraestrutura energética rural e urbana devem ter início em julho de 2023, com duração total prevista de 18 meses. A prestação de contas vai ser cobrada e acompanhada pelo Ministério Público, que também segue com as tratativas com a Energisa e o Município para celebração de novo acordo para dar destinação ao restante do valor que está bloqueado.

Devido à complexidade da obra, o MPRO acionou a presença do Poder Judiciário para participar das audiências e deliberar sobre como vai se dar a execução do projeto.

Os processos judiciais — Em 2009 o MPRO ajuizou a Ação Civil Pública para a reparação de danos causados pelas frequentes interrupções no fornecimento de energia elétrica.

Em 2011 foi dada sentença favorável julgando procedentes todos os pedidos apresentados pelo MPRO, inclusive a aplicação de uma multa diária no valor de R$ 5.000 (5 mil reais) para cada suspensão indevida no fornecimento de energia. Na fase de cumprimento da sentença, o Juízo determinou o bloqueio de aproximadamente R$ 19.000.000 (19 milhões de reais), referentes à multa aplicada devido ao descumprimento da ordem de não interrupção injustificada do fornecimento de energia elétrica. Ao longo do período de 2009 a 2015, ocorreram 3.814 interrupções indevidas.

Em 2016, o TJRO confirmou a exigibilidade e o valor da multa, e essa decisão foi objeto de questionamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 2017, porém, sem sucesso.

Já em 2020, o MPRO instaurou um procedimento administrativo e iniciou tratativas para um possível acordo judicial, juntamente com a participação da Energisa e do Poder Executivo Municipal.

Em maio de 2023, constatou-se a possibilidade e o interesse de todas as partes em celebrar um acordo.

Então na última quinta-feira (1º/6), durante a audiência de conciliação, foi firmado o acordo no valor de R$ 16.500.000 (dezesseis milhões e quinhentos mil reais), destinado à execução de obras extraordinárias de melhoria no sistema elétrico. A sentença também prevê a realização de ações sociais.

Esse texto também possui informações repassadas pelo Poder Judiciário.

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