Município de Presidente Médici teve outros cinco nomes antes de completar 40 anos

Presidente Médici, situado entre Cacoal e Ji-Paraná, não se destaca apenas pelas mais de 300 mil cabeças de gado. Na área educacional, tornou-se o maior centro formador de professores indígenas

Montezuma Cruz Fotos: Wania Ressuti, Paulo Sérgio e Marcelo Gladson. Arte: Andrey Matheus Secom -
Publicada em 16 de junho de 2021 às 10:34
Município de Presidente Médici teve outros cinco nomes antes de completar 40 anos

Projeto Açaí forma professores em Presidente Médici, o centro estadual para educação indígena, referência amazônica

O município de Presidente Médici, 24,4 mil habitantes e área de 1,75  mil km², situa-se nos dois lados da BR-364, a 346 quilômetros da Capital. Nesta quarta-feira (16), o município faz 40 anos, ostentando um riquíssimo rebanho bovino calculado em 337,3 mil cabeças, que abastece diversos frigoríficos do Estado.

Suas vilas e distritos são: Estrela de Rondônia (502 habitantes), Novo Riachuelo (430 habitantes), Bandeira Branca (349 habitantes), Santo Antônio (278 habitantes) e Vila Camargo (92 habitantes).

Fatos significativos entre 2019 e 2020: mais 86 índios participaram da colação de grau dos formandos do curso normal de nível médio para professores, no âmbito do Projeto Açaí, da Secretaria Estadual de Educação (Seduc).

Na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Carlos Drummond de Andrade, o projeto Dia de Ler. Todo dia!, da Seduc, incentivou a leitura de resenhas e de textos de autoria dos alunos; apresentação dos clássicos lidos; performance e declamação de poemas; encenação de peças teatrais; música; sessão chá e com poesia; exibição de teatro e documentários gravados em sala de aula e fora dela.

O município converteu-se no maior centro formador de professores indígenas em Rondônia, e é referência amazônica nessa área. Mais motivos de contentamento na Educação: o  estudante Bruno da Silva Pereira venceu o Game da Cidadania, promovido pela Controladoria-Geral da União (CGU) com os alunos da rede estadual e municipal de ensino do Brasil. E o seu colega, José Alexandre Garbelini Massucato obteve o 1º lugar no Concurso de Vídeo, “A aclamação de Dom João VI, a construção do Estado Brasileiro durante seu reinado e o modo como influenciaram na Independência do Brasil”, promovido pela Câmara dos Deputados para estudantes, com até 18 anos incompletos, do Ensino Médio de todo o País.

JERUSALÉM E NOVA CANAÃ

Em 1972 já havia disputa pelo nome do lugar. Moradores organizaram uma eleição para escolhê-lo, entre os lançados: Getúlio Vargas, Fátima do Norte, Cruzeiro do Sul e Presidente Médici.

No primeiro semestre de 1972, sua população alcançava mais de 800 habitantes, e os ônibus que ligavam Cuiabá a Porto Velho, faziam ponto de parada no local, agora com aspecto de Vila e com dois nomes (Jerusalém e Nova Canaã), ostentados em placas distintas colocadas pelos líderes de cada grupo de agricultores em frente às suas casas.

No entanto, Presidente Médici foi o nome escolhido e a oficialização veio no ano seguinte, quando o então governador do território, coronel Theodorico Gahyva, o elevaria à categoria de subdistrito.

Ademir Augustinho Pereira, posseiro antigo, procurou o programa Título Já

A exemplo de outros situados ao longo da BR-364, Médici se desenvolvia bem, tendo recebido terras doadas por migrantes, e assim, alcançava a condição de município em 16 de junho de 1981, com esse nome, em homenagem ao então presidente da República no regime militar, general Emílio Garrastazu Médici [1969-1974].

Os migrantes estabelecidos confrontavam-se com o fazendeiro cearense José Milton de Andrade Rios, dono do Seringal Muqui, que na fase da colonização territorial teve atritos com posseiros e indígenas.

Os primeiros colonos chegaram ao local na margem da BR-364, na década de 1960, e se instalaram em apenas quatro barracas no meio do lamaçal, dando-lhe o nome de Trinta e Três, por distar 33 quilômetros da Vila de Rondônia, atual Ji-Paraná.

Seus moradores, todos agricultores, socorriam de alguma forma os motoristas e passageiros dos ônibus que ficavam retidos no imenso atoleiro conhecido por Muqui, nas proximidades do rio com esse nome.

Para atender à necessidade de regularização fundiária, o Governo Estadual levou ao município o programa Título Já, cujo objetivo é reconhecer mais de 1,25 mil lotes no perímetro urbano e nos distritos de Novo Riachuelo e Estrela de Rondônia, o que beneficia aproximadamente cinco mil moradores.

Quarenta anos depois, o Departamento de Estradas de Rodagem e Transportes (DER) melhoram as estradas vicinais. Em dezembro de 2020, as equipes trabalhavam, por exemplo, na recuperação da RO-480, em seu trecho conhecido como Linha 128. Nesse trecho conhecido pela precária drenagem e por sucessivos atoleiros foram feitas obras de patrolamento e encascalhamento.

Ainda no ano passado, o DER recuperou trecho de 15 quilômetros da RO-476, conhecido por Linha 23. Recentemente, a secretaria municipal de obras recuperou a ponte de madeira do travessão da Vila Camargo, sobre o rio Dom João, entre a quarta e a quinta linha.

Dentro do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) para escolas, o município investiu R$ 40 mil, contemplando 16 produtores.

ESTATÍSTICA

PIB: R$ 388,2 mil (2016)
Renda per capita: R$ 17,3 mil
IDH: 0,664 (médio)

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