Nada vai mudar para credor e cliente com a suspensão de recuperação judicial da 123 Milhas

Processo permanecerá suspenso até uma nova decisão por parte da Justiça, avalia advogado especializado em Direito Empresarial

Assessoria
Publicada em 22 de setembro de 2023 às 10:21
Nada vai mudar para credor e cliente com a suspensão de recuperação judicial da 123 Milhas

Fernando Brandariz, advogado especializado em Direito Empresarial

A decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) de suspender o pedido de recuperação judicial da 123 Milhas nada vai mudar para os clientes e credores da companhia, avalia especialista no segmento. Mesmo com a anulação, a blindagem de 180 dias em que ficam interrompidas todas as ações judiciais em tramitação contra a empresa continua mantida. Além disso, a medida foi tomada com objetivo de se juntar mais documentos a esse processo.

As afirmações são do advogado especializado em Direito Empresarial e Recuperação Judicial, Fernando Brandariz. A suspensão foi proferida na última quarta-feira (20/09) pela 21ª Câmara Cível Especializada de Belo Horizonte, após solicitação feita pelo Banco do Brasil porque a 123 Milhas não entregou todos os documentos necessários para viabilizar o processo. Fora isso, também não teria incluído a lista de credores.

“O processo todo continua suspenso até uma nova decisão por parte da Justiça e os credores não poderão fazer absolutamente nada nesse momento, a não ser aguardar a constatação prévia da empresa”, avalia.

O banco fez o pedido de suspensão sob alegação de que os documentos apresentados pela 123 Milhas não observaram as prescrições legais que asseguram aos credores e demais interessados na recuperação judicial o conhecimento necessário e das informações da empresa. A instituição solicitou ainda a realização de constatação prévia das reais condições de funcionamento da companhia e em relação à realidade dos documentos.

O Banco do Brasil também requisitou a destituição dos administradores judiciais nomeados em primeira instância. “A decisão é uma forma para garantir justamente que mais documentos sejam obtidos em meio ao processo de recuperação judicial”, avalia Brandariz.

Entenda o caso

O pedido de recuperação judicial da 123 Milhas, da HotMilhas – controlada pela agência de viagens – e pela Novum Investimentos (sócia da empresa) havia sido aceito no dia 31 de agosto pela 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte. Na ocasião, foi ordenada a suspensão de ações e execuções contra as devedoras pelo prazo de 180 dias.

O valor da causa é de R$ 2,3 bilhões. A empresa alegou que tem enfrentado a pior crise financeira desde a fundação, motivada pela pandemia que derrubou o setor. Ainda em agosto, a companhia suspendeu os pacotes e a emissão de passagens de sua linha promocional com datas flexíveis com embarques previstos entre setembro e dezembro de 2023.

Sobre a fonte

Fernando Brandariz, mestrando em direito pela Escola Paulista de Direito, especialista em Direito Processual Civil, Direito Empresarial, Direito Internacional, Law of Masters (LLM) e presidente da Comissão de Direito Empresarial da subseção Pinheiros.

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