Novo Centro Cultural e de Documentação do Judiciário faz primeira visita guiada
O prédio destinado a abrigar processos históricos, objetos, fotos e outros registros da trajetória do Judiciário, desde o primeiro documento em 1912, recebeu um grupo interessado em conhecer o acervo e o novo espaço, adequado também para atividades culturais
Recém-inaugurado, o Centro Cultural e de Documentação Histórica do Poder Judiciário, que agora funciona no prédio que fica na Av. Rogério Weber, em frente ao marco turístico de Porto Velho, a praça das Três Caixas d´Água, teve na sexta-feira, dia 5, sua primeira visita guiada, que foi conduzida pelas historiadoras Nilza Menezes, diretora do CCDH, e Cecileide Correia, diretora do Decom- Departamento do Conselho da Magistratura, ambas servidoras identificadas com a pesquisa dos documentos e patrimônio institucional.
O prédio destinado a abrigar processos históricos, objetos, fotos e outros registros da trajetória do Judiciário, desde o primeiro documento em 1912, recebeu um grupo interessado em conhecer o acervo e o novo espaço, adequado também para atividades culturais.
Os(as) visitantes, formados (as) também por servidores(as) e familiares, puderam conferir de perto cada aspecto da edificação, reformada e adequada para a nova atividade. Na entrada principal, um grande painel com fotos de vários momentos marcantes do Judiciário e personalidades que fizeram a história.
Outro ponto importante da visita é um nicho com fotos dos prédios antigos, ornamentadas com um jardim vertical. A primeira foto é do antigo Palácio da Justiça, primeira edificação original do Poder Judiciário, depois transformado em Fórum Darwich Zacharias, onde funcionou por anos o fórum criminal da capital. A segunda foto é a do próprio prédio do CCDH, que já foi a Universidade Federal do Pará, a Procuradoria-Geral do Estado e, por último, os Juizados da Infância e Juventude.
Nas salas dos arquivos, Nilza explicou aos(às) visitantes como é feita a catalogação e conservação dos processos, que hoje chega a mais de vinte mil, disponíveis para a pesquisa e consulta do público em geral. “Temos todos os tipos de processos de todos os períodos históricos, que falam de imigração, de mulheres, de trabalhadores da ferrovia, sobre caribenhos, sobre os árabes, judeus, sobre os nordestinos nos vários momentos da exploração da borracha, dependendo do interesse do pesquisador. Os documentos proporcionam imensas possibilidades, como os processos relacionados a grandes crimes, de vários casos que causaram comoção social”, acrescentou a diretora do CCDH.
Outro aspecto que surpreendeu os(as) visitantes foi a manipulação dos documentos, todos com bastante cuidado e de acordo com as regras de conservação, pois se tratam de peças frágeis, geralmente em papel manuscrito. “Nessas páginas estão dados importantes para a releitura da história de Rondônia”, destacou Nilza.
Na sala de exposição, fotos, documentos, atas, trechos de processos, mobiliários, medalhas, também despertaram o interesse do grupo, que ficou atento a cada detalhe apresentado pelas historiadoras. “Aqui nesta máquina, muitos de nós iniciamos nossa vida funcional”, destacou Cecileide Correia, ao comentar sobre equipamentos tais como máquina de escrevero e um telégrafo .
Cecileide também apresentou a exposição Dia de Feira, que está numa sala de exposição temporária, voltada para artistas e talentos da comunidade. O documentário com o mesmo nome, também está disponível para exibição aos interessados sobre a trajetória das feiras livres na capital, sobretudo a Feira do Cai n´ Água, onde seus pais foram pioneiros na atividade.
Para a servidora aposentada Inês Moreira, voltar ao prédio onde ela trabalhou por anos é um momento de grande emoção. “É uma história que vem à cabeça. Esse prédio foi um carinho no nosso coração no período em que nós estávamos aqui e reencontrá-lo assim tão bonito é muito gratificante. Que esse seja um espaço de congraçamento e cultura para nossa cidade”.
Já para Helena Prado, também aposentada, o que mais chamou atenção foi o espaço, que antes era uma cela, transformado em jardim e exposição histórica. “Era um ambiente de trabalho, com cotidiano de sofrimento, das pessoas que nos procuravam; agora encontrar o espaço assim, com essa mudança tão bonita, é emocionante”, disse.
A vista encerrou com um sarau, onde alguns servidores apresentaram textos com reflexões sobre a memória, cultura e a arte.
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