Perfil do novo Procurador Geral do Estado aponta para maior cientificidade na PGE

O artigo científico conclui que parte da sociedade passou a se distanciar do debate por entender que não é válido conversar sobre o bem coletivo

Fonte: Édson lustosa - Publicada em 23 de maio de 2024 às 16:21

Thiago Alencar Alves Pereira, o novo procurador geral do Estado de Rondônia, nomeado nessa sexta-feira, 23 de maio, revela, em sua produção científica um perfil de quem tenha afinidade com o pensamento jurídico isento e equilibrado. Pelo menos é o que se depreende do artigo científico “O extremismo ideológico e o apolitismo: a depressão democrática no estado contemporâneo”, que ele assina em parceria com o também procurador do Estado Maxwel Mota de Andrade.

No artigo científico, Thiago e Maxwel estudam a relação atual entre ‘sociedade’ e ‘representantes do povo’, a partir da percepção da apatia social com a classe política, o que, segundo os autores, denota certa depressão democrática e configura um risco ao Estado Constitucional de Direito, pelo menos como ele é idealizado na contemporaneidade.

Centrando o raciocínio no estudo sobre qual é o papel do povo no Estado e qual é a função dos representantes do poder em face do movimento democrático contemporâneo, os autores se utilizam dos conceitos pré-existentes de Estado, Poder e democracia e concluem que existe o desinteresse social pela política em decorrência de que os representantes do povo se distanciam da ética e da moral, tendo em vista que os discursos e promessas políticas não se convalidam quando chegam ao Poder.

O artigo científico conclui que parte da sociedade passou a se distanciar do debate por entender que não é válido conversar sobre o bem coletivo. Dessa forma, criaram-se extremidades e isolamentos ideológicos, fazendo com que a saudável dialética se deteriorasse em uma retórica espúria. A democracia, segundo os autores, deixa então de se evidenciar como o governo do povo para ser o governo de corporações de interesses próprios; e os debates se esfacelam na medida em que as decisões sobre o rumo político “já está tomada em escaninhos distantes dos olhos coletivos”.