A segunda edição da pesquisa quantitativa "O que pensa o mercado financeiro", da Genial/Quaest, mostrou que a maioria dos entrevistados espera que os juros da taxa Selic comecem no segundo semestre, em agosto (34%) ou setembro (25%). Apenas 12% acham que a Selic vai se manter nos atuais patamares até 2024. A pesquisa foi realizada entre 4 e 8 de maio, após a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na semana passada. 88% dos entrevistados consideram correta a decisão do Copom de manter a Selic em 13,75%.
A pesquisa revela duas avaliações paralelas. A rejeição ao governo Lula segue alta: 86% dos entrevistados têm uma avaliação negativa do governo Lula, ante 90% em março, na primeira rodada da pesquisa. Para 80% dos entrevistados, o governo Lula não está preocupado com o controle da inflação.
Ao mesmo tempo, a opinião do mercado sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, melhorou significativamente. Em março, ele tinha apenas 10% de aprovação. São 26% em maio. Houve uma inversão sobre o risco de o Brasil caminhar para uma recessão. Em março, 73% achavam que o País iria para recessão e 27% discordavam. Agora, 60% acham que não haverá recessão e 40% projetam que sim. A perspectiva geral para a economia ainda é negativa, mas num viés menos pessimista. 61% acham que a economia vai piorar (eram 78% em março), 26% que vai ficar igual (eram 16%) e 13% que irá melhorar (eram 6%).
Essa mudança na avaliação de Haddad não se reflete nas opiniões sobre o novo arcabouço fiscal. Embora mal avaliado por 48% dos entrevistados, 92% consideram que as medidas serão aprovadas pelo Congresso Nacional. Entre as mudanças em discussão no Congresso para o novo arcabouço, a que segundo os operadores do mercado financeiro tem mais chance de ser aprovada é o contingenciamento de despesas por frustração de receitas.
A revisão de renúncias fiscais proposta por Haddad tem o apoio de 96%. No entanto, 74% projetam que o total de arrecadação extra das medidas seria inferior a R$ 70 bilhões. A previsão do governo é de mais de R$ 100 bilhões. Para 87% dos entrevistados, a política fiscal do governo não dará sustentabilidade ao controle da dívida pública.
Piorou a perspectiva sobre a capacidade do governo Lula de aprovar suas pautas no Congresso, mostra o levantamento. Para 39% dos entrevistados, o governo tem pouca chance de aprovar seus projetos, contra 20% em março. Os que consideram alta a chance de aprovação são agora apenas 10%, ante 33% há dois meses. O pessimismo ocorre depois da derrota do governo com a aprovação pela Câmara dos decretos legislativos sobre saneamento.
Foram realizadas 92 entrevistas com gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão de 57 das maiores casas de investimento do Rio de Janeiro e de São Paulo, entre os dias 4 e 8 de maio. As entrevistas foram feitas on-line, através da aplicação de questionários estruturados.
A sondagem foi feita entre os dias 13 e 16 de abril, com entrevistas face a face
com 2.015 entrevistas com eleitores de idade superior a 16 anos. A margem de
erro é de 2,2 pontos percentuais.
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