Pesquisa mostra que brasileiro é favorável a lei com regras para as redes sociais
O relator da proposta, senador Angelo Coronel (PSD-BA), deve apresentar na segunda-feira (22) seu texto substitutivo, e o projeto está previsto para ser votado pelo Plenário na terça-feira (23)
Alessandro Vieira (à esq.) é autor do projeto que cria a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet; Angelo Coronel, presidente da CPI das Fake News, é o relator
Uma pesquisa do DataSenado mostra que 84% dos brasileiros que usam ou já usaram redes sociais avaliam que a criação de uma lei de combate às fake news vai contribuir para a redução de notícias falsas nessas plataformas. Segundo o levantamento — feito por telefone entre os dias 9 e 11 de junho, com 1,2 mil pessoas —, 33% concordam totalmente com a medida e 51% concordam, enquanto 11% discordam, 4% discordam totalmente e 1% não soube ou preferiu não responder.
Para o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), o resultado mostra que o projeto de lei de sua autoria que estabelece regras para uso e operação de redes sociais e serviços de mensagens (PL 2.630/2020) está alinhado com o que o brasileiro quer. O relator da proposta, senador Angelo Coronel (PSD-BA), deve apresentar na segunda-feira (22) seu texto substitutivo, e o projeto está previsto para ser votado pelo Plenário na terça-feira (23).
— O brasileiro médio é aquele que não está engajado ideologicamente em alguma corrente e não quer receber notícia falsa. Ele não quer ser influenciado por equipamentos ou ferramentas manipuladas por quem tem mais dinheiro e mais recursos — disse Alessandro Vieira nesta quinta-feira (18).
Preocupação
Dos entrevistados pelo DataSenado, 55% disseram estar muito preocupados com a quantidade de notícias falsas divulgadas nas redes sociais. Já 32% se disseram um pouco preocupados e 12% nada preocupados.
Três em cada quatro usuários (76%) de redes sociais concordam que, nos ambientes virtuais, notícias falsas ganham mais visibilidade que notícias verdadeiras. E 93% acreditam que as notícias falsas oferecem riscos adicionais no momento atual de crise na saúde pública. Desse total, 46% concordam totalmente com isso; 47% apenas concordam; 4% discordam; 2% discordam totalmente; e 1% não soube ou preferiu não responder.
Na comparação entre notícias falsas e verdadeiras, a maior parte dos participantes do levantamento do DataSenado acredita que as fake news ganham mais visibilidade que notícias verdadeiras e bem apuradas. Segundo a pesquisa, 20% concordam totalmente com isso; 56% concordam; 16% discordam; 7% discordam totalmente; e 1% não soube ou preferiu não responder.
Apesar disso, os cidadãos se dividiram ao meio quando avaliaram a capacidade de distinção entre as notícias falsas e as verdadeiras: enquanto 49% acham que é fácil separar as fake news das "real news" (8% que concordam totalmente com essa afirmativa mais 41% que concordam), 49% não entendem assim (38% discordam da afirmativa enquanto 11% discordam totalmente). Os demais 2% não souberam ou preferiram não responder a essa pergunta.
Ao mesmo tempo, as pessoas entrevistadas avaliam que as redes sociais influenciam muito as pessoas: 30% concordam totalmente com isso; 58% concordam; 9% discordam; e 4% discordam totalmente.
Robôs
Diante dos resultados da pesquisa DataSenado, o senador Alessandro Vieira mostrou preocupação com o fato de que pouco mais da metade dos usuários de redes sociais (54%) tem conhecimento de que existem perfis controlados por programas de computador, os chamados robôs. E 46% não sabem da existência dos robôs. Esses números se referem à faixa da população que tem ou já teve rede social.
— Quase a metades dos brasileiros não sabe de maneira consciente que interage com robôs na internet. Eles recebem as mensagens e imaginam que estejam dialogando com seres humanos. Para esse público, o impacto das informações articuladas artificialmente é imenso. Molda comportamentos, gera radicalismos, gera problemas.
Entre os participantes da pesquisa que têm conhecimento da existência de robôs, 75% afirmam que os perfis controlados por computador devem conter aviso de que as mensagens não são enviadas por pessoas. Já 23% disseram que o aviso não deve existir.
Cientes do impacto das fake news, grande maioria dos entrevistados disse que não decidiu o voto em candidatos com base em informações vistas em redes sociais. Nesse quesito, pouco mais de um quinto dos respondentes disseram que basearam sua escolha em conteúdos a que tiveram acesso pelo Facebook (23%) e pelo Whatsapp (21%). Youtube (15%), Instagram (11%) e Twitter (7%) vêm em seguida.
Os dados também mostram que dois em cada três cidadãos entrevistados (66%) sabem que o Congresso Nacional está debatendo uma proposta de lei para combater as notícias falsas em redes sociais.
O DataSenado apurou que 74% dos entrevistados têm alguma rede social, como WhatsApp, Facebook, Instagram e Twitter. Outros 4%, já tiveram e 22%, nunca se inscreveram em mídias sociais.
Em relação à frequência de uso dos meios de comunicação e das redes sociais como fonte de informação, o DataSenado registrou que o WhatsApp é o mais acessado, seguido pela televisão e por sites de notícias. Facebook, YouTube, Rádio e Twitter vêm em seguida, nessa ordem.
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