Por um mundo que se contraponha ao racismo
Saulo Pequeno, Antropólogo do Centro Universitário de Brasília
Os ataques racistas (desta semana) ao jogador brasileiro ViniJr causaram a devida repercussão e exigência por ações concretas para o combate ao racismo, e visibilidade às múltiplas dimensões da violência racial. Celebramos a tomada de decisões, mas também lamentamos que a mesma reação não tenha sido tomada anteriormente contra outras manifestações racistas sobre este jogador, sobre outros jogadores e jogadoras, além de centenas de casos que se repetem com a população negra ao redor do mundo e no Brasil.
O racismo é uma organização da distribuição de poder pelo mundo, que normaliza a subalternização, a animalização, a restrição de oportunidades e ataques sobre as pessoas negras, suas culturas e modos de vida. E por identificar como alvo corpos negros, outros marcadores sociais, como classe social, dinheiro e reconhecimento midiático [como no caso do atleta] são pouco eficazes para reverter o panorama racista e suas violências. Para pessoas sem estes marcadores e especialmente em outras situações de vulnerabilidade, a violência e a impunidade se amplificam.
Em agosto de 2022 a CBF divulgou o “Relatório Anual de Discriminação Racial” que identificou 64 casos registrados de racismo, além de Xenofobia (6 casos), Machismo (15 casos) e LGBTfobia (24 casos). Em tendência crescente de casos registrados em relação a anos anteriores, o relatório aponta para a manutenção de estruturas raciais e a necessidade de identificação, punição e educação para a sociedade como um todo.
Este episódio mostra, mais uma vez, a forma com que a desigualdade racial informa as relações sociais, fere as identidades e autopercepções de pessoas negras, orienta as instituições e implica numa cadeia de consequências e preconceitos sobre diversas dimensões de forma sistêmica. Afinal o racismo não surge nos estádios, mas ao longo de trajetórias de vidas que normalizam a hierarquia racial e se manifestam nesse ambiente. Por outro lado, a normalização das violências, a ideologia de que o racismo é ‘exceção’ ou ‘brincadeira’, a impunidade de autoridades, fazem dos ambientes que reproduzem o racismo poderosas ferramentas para a reprodução da subalternização da população negra.
A projeção de ViniJr fez com que, desta vez, medidas concretas fossem tomadas, e que a violência seja visibilizada. Esperamos que todas as violências raciais contra a população negra no Brasil e no mundo sejam tratadas com a mesma força e repercussão, para que não seja banalizado o epistemicídio e o genocídio, para que marque um avanço civilizatório, uma organização de mundo que se contraponha ao racismo.
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