A modalidade de arrecadação a partir das plataformas digitais foi adotada pela primeira vez no pleito de 2018. Na ocasião, candidatos captaram R$ 20 milhões no país. Ainda que o valor tenha sido baixo em relação ao fundo eleitoral — R$ 1,7 bilhão naquele ano —, a alternativa se mostrou promissora.
Agora, apesar do cenário de indefinições, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu repetir a fórmula, praticamente no mesmo formato. Como não houve modificação nas regras, que funcionaram com precisão em 2018, esse formato se tornará uma alternativa mais promissora agora.
Embora seja uma forma de doação que não faz parte da cultura política em nosso país, deverá ter, neste ano, importância bem maior da que teve em 2018, não só pelo fato de a politica de distanciamento social imposta pela pandemia estar jogando as campanhas quase que exclusivamente para as redes, mas também pelo fato de que as pessoas estão mais integradas do que nunca nas redes sociais.
A única questão que se imporá é se, neste clima péssimo de insegurança gerado por este momento triste da humanidade, com forte reflexo econômico, as pessoas vão se sentir atraídas para este tipo de participação política.
Em tempos de distanciamento social, o uso das ferramentas on-line tende a aumentar, mas os partidos vivem agora um impasse. Além de aguardar definição sobre a votação, que deverá ser adiada, há dúvidas se existe clima para desenvolver campanhas publicitárias para pedir dinheiro aos eleitores em um contexto tão sombrio. É. Também há pesadas dúvidas se haverá engajamento em meio ao agravamento da crise econômica, que vem se agravando.
Na minha opinião, os políticos serão mal interpretados se levarem a questão adiante. As pessoas estão muito angustiadas e inseguras e ainda tem todo o problema financeiro envolvido. Sem contar que, com a cifra bilionária disponibilizada pelo fundo público eleitoral, haverá provavelmente um ambiente propício para fortes questionamentos por parte da população. É triste dizer, mas, em relação ao regramento eleitoral no Brasil, parece que nada dá certo.
A orientação que tenho dado a amigos e clientes é para que esperem. É cedo para dar início às campanhas de financiamento coletivo. Enfim, se eu viver, verei!
Segue abaixo o perfil do especialista. Caso queira entrevistá-lo, entre em contato.
Sobre João Miras:
João Miras é um publicitário ítalo-brasileiro, de 56 anos, que já trabalhou em dezenas de cidades, 13 estados brasileiros e em outros quatro países. Realizou mais de 170 trabalhos em 40 anos de profissão. Notabilizou-se na publicidade governamental e eleitoral atuando para agências, produtoras, institutos de pesquisa, partidos e empresas.
Estrategista de marketing político, é reconhecido como um dos grandes public brand makers do Brasil por ter se especializado em planejamento estratégico de comunicação para governos e prefeituras com foco na construção de marcas de governança.
Autor de dois livros, orientador acadêmico, influenciador digital (20 mil seguidores no Twitter e Facebook) e palestrante com mais de 300 conferências — como as realizadas para a Fundação alemã de estudos políticos Konrad Adenauer e várias universidades —, é também referência no meio acadêmico como fonte de pesquisa para defesa de teses em várias universidades, como PUC, Unicamp, entre outras.
Teve seu trabalho citado em livros e, além de ser um dos pioneiros em public branded content, é especialista em neuromarketing e comunicação subliminar, tendo concedido centenas de entrevistas e escrito artigos para os principais jornais, TVs e portais do Brasil e outros países.
Além de outras agências, foi diretor de operações da Propeg-CP, uma das maiores e mais premiadas do Brasil, colecionando prêmios nacionais e internacionais e nove vezes o prêmio de "Agência do Ano".
Experiente roteirista, diretor e editor, é conteudista de vídeos governamentais, eleitorais e de empresas públicas com foco em marketing digital (redes sociais e canais on-line). Também ministrou cursos de formação política para as executivas dos maiores partidos do Brasil.
Foi representante brasileiro no 1º Congresso Latino-Americano de Consultores Políticos, realizado em San José, Costa Rica, na América Central, em 2002, e é integrante da Alacop (Associação Latino-Americana de Consultores Políticos), EAPC (European Association Political Consultant) e um dos primeiros filiados da Abcop (Associação Brasileira de Consultores Políticos).
Aspectos inovadores do trabalho de comunicação executado ao longo de décadas por ele foram tema de três teses de doutorado. Mantém escritórios no Sudeste brasileiro e nos EUA.
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