Resenha Política, por Robson Oliveira

Máximo conseguiu, enfim, promover a máximo da maldade em plena pandemia

Robson Oliveira
Publicada em 16 de setembro de 2021 às 14:38
Resenha Política, por Robson Oliveira

DEMISSÕES 

Embora em contratos temporários os contratados saibam antecipadamente que não são duradouros, o anúncio extemporâneo da Secretaria Estadual de Saúde em demitir mais de mil profissionais da saúde contratados para servirem no front da pandemia da Covid 19, foi no mínimo desumano. Não houve o cuidado por parte de Fernando Máximo, secretário estadual, de avisar com antecedência aos pais e mães de famílias agora demitidos. Máximo conseguiu, enfim, promover a máximo da maldade em plena pandemia. 

DEFASAGEM 

O secretário não tem como alegar que os enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, entre outras especialidades, contratados no pico da pandemia, agora com a vacinação e diminuição das internações, tenham ficado ociosos. Pelo contrário, todos esses profissionais foram remanejados para trabalhar nas unidades para suprir uma defasagem existente, visto que o último concurso público estadual remonta ao ano 2017.  

PRECARIZAÇÃO 

De 2017 para cá aumentaram as internações, diminuíram o número de profissionais no atendimento e surgiram novas unidades de saúde. Portanto, trabalhadores demitidos não estavam ociosos e cobriam a defasagem existente. As demissões tendem a refletir sobremaneira de forma ruim no atendimento aos necessitados, aumentado a precarização da saúde.  

PRIVILEGIADOS 

O único Conselho de Classe que não reagiu firme contra as demissões foi exatamente o de Medicina, mesmo com médicos sendo dispensados. E não criticou porque Fernando Máximo imediatamente às dispensas dos enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas e técnicos, abriu novas nomeações temporárias para esta categoria (Médicos), excluindo as demais profissões. Daí a reação crítica e dura contra as demissões do Conselho de Enfermagem e Fisioterapia pelo privilégio dado ao máximo aos médicos. 

TRAIÇÃO 

A cooptação de Cristiane Lopes pelo governador para ocupar o cargo de secretária adjunta da educação, após uma disputa acirrada quando foi derrotada à prefeitura da capital por Hildon Chaves, foi considerada pelos dirigentes do PODEMOS – partido presidido em Rondônia pelo deputado Federal Léo Moraes – como traição.  

PALAVRA 

Cristiane Lopes havia recebido ainda no primeiro turno o apoio à sua candidatura a prefeita de todo o staff do deputado federal Léo Moraes, o que fez com que obtivesse sucesso para disputar o segundo turno, uma vez que a segunda vaga ela disputou voto a voto com Vinícius Miguel (candidato solitário) e com o candidato apoiado com a ajuda da estrutura do governo estadual, Breno Mendes. Pelo apoio recebido do deputado Léo Moraes, após as eleições, Cristiane havia se comprometido a deixar o PP e ingressar no PODEMOS para disputar uma vaga na Câmara Federal. Ela realmente saiu PP, mas não chegou a pedir filiação no partido dirigido regionalmente pelo deputado federal. Quebrou a palavra.  

SINECURA 

Ao assumir um cargo no primeiro escalão do Governo de Rondônia, a ex-vereadora Cristiane Lopes praticamente abriu mão de uma candidatura a deputada federal com apoio de um grupo com votos consolidados na capital por um salário de cerca de quinze mil reais, e por apenas oito meses. O apoio de Léo Moraes à candidatura da ex-vereadora a prefeita indiscutivelmente turbinou o resultado das eleições da capital, totalizando quase cem mil votos obtidos por ela no segundo turno. Um apoio que naturalmente perdeu ao aceitar a sinecura e, portanto, será sentido em 2022, embora essas traições sejam lamentavelmente do jogo político que se impõe no país.  

COLIGAÇÕES 

A proposta da Câmara Federal em ressuscitar as coligações está praticamente sepultada em razão das objeções dos senadores em apoiar esta ressurreição. É muito pequena a probabilidade de ser reeditada na votação a adoção das coligações já que está praticamente descartada a proposta majoritária do Senado em instituir a federação dos partidos em substituição às coligações. Pela proposta dos senadores, os partidos se reuniriam em uma confederação para disputar as eleições em conjunto, driblando, assim, as cláusulas de barreiras. A proposta também suscita reações contrárias porque obrigaria aos partidos reunidos nessas confederações a permanecerem juntos por quatro anos. O que no Brasil é um hoje algo inexequível devido aos interesses partidários inconfessáveis.  

LIMBO 

Embora a Câmara Federal tenha apressado a votação do novo Código Eleitoral no Senado, a tendência é deixar o debate e a votação no limbo, ou seja, sem discussão nem previsão de aprovação. As contradições entre os que querem os deputados federais e os senadores para aprovar uma legislação eleitoral mais duradoura são enormes, o que impede algum tipo de consenso.  

REGRAS 

Caso o Senado decida mesma expirar o prazo (3/10) sem votar as novas regras para as eleições 2022, toda a legislação eleitoral anterior aprovada e que regrou as eleições municipais passadas será a que vai vigorar nas eleições de 22. Há no Congresso Nacional um grupo de parlamentares preocupados com a falta de previsibilidade legislativa mais duradoura nas eleições e que quer convencer os demais colegas a aprovar uma proposta que seja mais adequada para entrar em vigor a partir das eleições de 2024. 

DONATÁRIOS 

O problema é convencer os donatários dos partidos cartoriais, sem muita representatividade eleitoral, a apoiar a proposta deste grupo de parlamentares mais comprometidos com os interesses nacionais. Assim como os parlamentares que veem em uma nova legislação como obstáculos aos seus interesses pessoais. Não é fácil mudar algo no Brasil quando a mudança afeta ao status quo. O Brasil continua sendo uma capitania dos coronéis regionais. Infelizmente.  

BARRADO

O ex-Advogado Geral da União, André Mendonça, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal, está próximo de ser o sexto indicado ao cargo a ser barrado pelo Senado Federal. Os cinco primeiros foram rejeitados no século 19, indicados por Floriano Peixoto. Mendonça seria o primeiro neste século barrado pelos senadores por assumir posições lavajatistas e ter sido indicado pela condição de ser "terrivelmente evangélico". Para piorar a situação, domingo passado, em um culto em Brasília, o ungido revelou que é submisso apenas aos dogmas religiosos. Mais um obstáculo para quem deveria prometer ser submisso primeiro a constituição federal. Parece que até Bolsonaro teria abandonado o indicado a própria e não converte um senador em favor do indicado. 

Winz

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