Sema reforça canal para denúncia de queimadas e outros crimes ambientais
Fiscalização ambiental está atendendo denúncias de queimadas e demais crimes ambientais por meio do número 98423-4092, que também é whatsapp
Com o início do tempo seco em Porto Velho as denúncias de queimadas vêm aumentando, segundo mostra monitoramento e atendimento da Secretaria Municipal de Integração (Semi), através de sua subsecretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema).
Segundo o titular da Semi, Álvaro Mendonça, a queima acontece na área urbana e rural e geralmente inicia no mês de junho e se estende até outubro. "Por mais campanha de orientação que se faça, responsabilização criminal, e demais penalidades, ainda temos um número alto de queimadas em toda a Amazônia. Não é um problema só de Porto Velho, mas gostaríamos de sair desse cenário anual, desgastante e tão prejudicial a todos. Queimada é crime. E, infelizmente, o que vemos é que o cidadão só para de fazer algo errado quando pesa no bolso, ou alguém da família e até ele mesmo adoece. Uma cultura que custa muitas vidas", disse o secretário.
Álvaro lembra que a saúde humana é afetada pelas queimadas porque a fumaça proveniente dela contém diversos elementos tóxicos. E, hoje, diante da pandemia que o mundo enfrenta, o cenário pode piorar. "Os hospitais públicos e particulares não estão dando conta da demanda de pacientes com a Covid-19. Se as queimadas aumentarem teremos muito mais pacientes em busca de atendimento. Seja por bronquite, conjuntivite, problemas no sistema cardiovascular, alergias etc. Todos os anos especialistas alertam para esses problemas, mas, infelizmente, todos os anos temos o mesmo enfrentamento. Por isso a importância de denunciar", alertou.
Já o subsecretário da Sema, Alexandro Miranda, informou que o setor de fiscalização ambiental da prefeitura está realizando o atendimento de denúncias de queimadas e demais crimes ambientais por meio do número 98423-4092, que também é whatsapp. No momento, o atendimento por meio do 0800 648 1320 está suspenso.
De janeiro a maio deste ano a Sema recebeu cerca de 50 denúncias, sendo que deste total, após averiguação, 20 pessoas foram autuadas. De acordo com o setor de fiscalização da Sema, o problema das denúncias é que boa parte das queimadas está acontecendo em terrenos baldios ou áreas sem a presença de moradores, impossibilitando a identificação imediata do responsável.
"Vale lembrar à população que queimar lixo doméstico, em seus quintais, ou mesmo folhas e galhos é crime. Se a fiscalização for acionada e no local encontrar vestígios da queima, o cidadão será autuado. Não queremos penalizar e nem pesar no bolso do portovelhense, queremos salvar vidas e preservar nosso meio ambiente", disse Miranda.
Hoje a zona sul é a região da cidade com maior número de denúncias.
DANO AO DNA E NOVOS VÍRUS
Álvaro relembrou as palavras do cientista brasileiro, Paulo Artaxo, que na semana passada participou da Semana Digital de Meio Ambiente, promovida pela prefeitura, de forma virtual. "Artaxo, em um vídeo gravado especialmente para a Semeia 2020, destacou uma de suas pesquisas que aponta que a fumaça contém vários poluentes atmosféricos entre eles o ozônio, o monóxido de carbono, e material particulado e neste último, há vários compostos químicos que são mutagênicos e que são cancerígenos, trazendo dano real para a saúde da população", relatou.
A pesquisa de Paulo Artaxo, pela Fiocruz, concluiu que o dano ao DNA pode ser tão grave que a célula perde a capacidade de sobreviver e morre ou perde o controle celular e começa a se reproduzir desordenadamente, evoluindo para câncer de pulmão. Outro ponto abordado na pesquisa é que a Amazônia contém, na sua floresta nativa, milhares de vírus em sua Biota. E esses vírus, conforme vai se desmatando a floresta, vão tendo mais possibilidade de contágio com os seres humanos.
"Portanto não se deve desmatar, muito menos queimar nossa vegetação", disse ele.
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