Um mestre chamado Professor Matias
Professor Matias garantiu seu nome no Olimpo dos mestres do nosso tempo. Quem discordar, atire a primeira pedra ou fique quieto no seu canto
Ao receber a triste notícia do falecimento do nosso caro professor Matias, em decorrência de complicações da Covid-19, depois de 65 dias internado, veio à mente a lembrança de dois dos mais queridos e famosos personagens da literatura mundial. Criações eternas de Miguel de Cervantes, Don Quixote e seu fiel escudeiro Sancho Pança. Assim como eles, o professor Matias enfrentou por mais de dois meses, num leito de hospital, inúmeros moinhos de vento, com aguerrida necessidade de manter-se vivo. Os moinhos atacados por Don Quixote são imaginários, mas os do Matias, infelizmente eram reais e implacáveis.
Professor Matias também enfrentou moinhos de vento no seu dia a dia, bem antes da pandemia, porém nada tão poético, mas bem realistas, como por exemplo, sustentar a família, pagar contas, se manter. Seus talentos são amplamente reconhecidos, não apenas por aqueles que o conheciam e privaram de sua amizade, seus conhecimentos enciclopédico da história, não apenas de Rondônia, do seu bom humor, muitas vezes ácido, irônico, mordaz, implacável e seus argumentos. Podia-se discordar dele, porém, nunca desrespeitar sua inteligência e sabedoria. Por tudo isso, sua perda é irreparável para a cultura e para a história rondonienses.
Matias, acima de tudo era professor. Aliás, Professor, com P maiúsculo. Escritor e jornalista, ele era um crítico ferrenho das agruras que acometem a todos nós, ignorados pelos poderosos e omissos, não poupava ninguém a mira certeira de suas proverbiais observações sobre a nossa realidade. Seja por escrito ou falando, Professor Matias garantiu seu nome no Olimpo dos mestres do nosso tempo. Quem discordar, atire a primeira pedra ou fique quieto no seu canto.
Deixo aqui meus sentimentos à família do professor Matias, seus amigos e admiradores. Deixo expresso aqui minha tristeza por mais uma vida que se perdeu por conta do Coronavírus. Deixo aqui minha indignação e uma pergunta - Quem é o culpado? Quem são os culpados por tantas vidas ceifadas? Ninguém tem culpa. Todos têm culpa. Se houvesse menos omissão, menos ambição, menos egoísmo, talvez o professor Matias, que faz parte dos 300 mil mortos nesta pandemia, não tivesse morrido. Sem dúvida, com mais respeito e humanidade, os números de vidas perdidas não seriam exorbitantes. 300 mil vidas cujas famílias hoje choram a perda de cada uma delas. Adeus, caro professor Matias. Descanse em paz, mestre. Minha esperança é que a História que você tanto ensinou e defendeu o receba e lhe dê o merecido reconhecimento como grande historiador.
Francisco Matias, ocupou a cadeira 32 da Academia Rondoniense de Letras - ARL, entidade que foi um dos membros fundadores. Autor de livros como "Pioneiros - ocupação humana e trajetória política de Rondônia, é fonte de pesquisa e também considerada "a bíblia" de quem quer conhecer fatos da economia, estrutura política e outros temas ligados à região.
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