Uso de antimicrobianos reduz tempo de internação no Cemetron

De acordo com a infectologista Mariana Vasconcelos, esse controle é feito através de um formulário, preenchido pelo médico, a partir daí são feitas avaliações, antes desse remédio sair da farmácia.

Texto: Sângela Oliveira Fotos: Ítalo Ricardo
Publicada em 26 de junho de 2019 às 14:19
Uso de antimicrobianos reduz tempo de internação no Cemetron

Hospital Cemetron em Porto Velho

O Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), do Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron), analisou 819 pedidos de antimicrobianos (antibióticos) de uso restrito (incluindo antifúngicos, antivirais, e antibacterianos). Para esse estudo foram avaliados 494 receituários de sete antibióticos que foram selecionados pelo aspecto de ação e pela indução de resistência, assim como pela frequência de utilização aos pacientes do Cemetron.

Os sete tipos de antimicrobianos analisados foram: Ceftriaxona; Cefepime; Peperacilina/tTazobactam; Imipenem/cilastatina; Meropenem; Vancomicina, onde foram analisados os dias reduzidos, dias aumentados, saldo em dias, saldo em ampolas, valor de cada ampola e valor total. O resultado foi uma redução de mais de R$ 100 mil somente de medicamentos.

De acordo com a infectologista Mariana Vasconcelos, esse controle é feito através de um formulário, preenchido pelo médico, a partir daí são feitas avaliações, antes desse remédio sair da farmácia.

“Todos os antibióticos, de uso restritos, só saem da farmácia com esse formulário preenchido, nas primeiras 48 horas eu avalio junto ao paciente, e discuto com o médico que prescreveu, sobre a medicação. Às vezes o médico transcreve 14 dias de antimicrobianos e, nessa avaliação, a gente chega numa conclusão que não há essa necessidade, muitas vezes na primeira ou segunda dose já se resolve o problema do paciente. Antes do gerenciamento isso ficaria os 14 dias de medicação, agora como estamos fazendo esse trabalho, temos um resultado bastante considerável. O paciente fica menos tempo internado, e reduzimos os custos nas medicações”, destacou a infectologista.

Esse gerenciamento não beneficia somente o Estado, mas principalmente traz segurança para o paciente, que recebe menos drogas de uso endovenosa, permanece menos tempo internado. “Estudos mostram que hoje morrem mais pessoas por falta de antibiótico que na era pré-penicilina, isso porque o uso contínuo e, muitas vezes, desnecessário do medicamento acaba dando maior resistência às bactérias, ou seja, nós criamos essas bactérias, por isso é muito importante o gerenciamento dos antimicrobianos”, ressaltou a infectologista.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), junto com a Sociedade Brasileira de Infectologia, e outras instituições fazem esse gerenciamento quanto ao uso de antimicrobianos. “Às vezes não sabemos o que o paciente tem, e a primeira coisa que fazemos é passar um antibiótico, depois avaliamos, e descobrimos que o paciente tem outra doença, sendo que esse antibiótico já esta sendo feito. A ideia é que ele seja suspenso para que o paciente não seja submetido a mais antibiótico”, disse a médica Mariana Vasconcelos.

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