A digitalização dos meios de pagamento e serviços bancários trouxe muitas facilidades para o dia a dia dos brasileiros. O Pix, por exemplo, sistema de transações instantâneas capitaneado pelo Banco Central (BC), se tornou o segundo meio de pagamento mais utilizado no País, com 70% da preferência, perdendo apenas para o dinheiro em espécie (71%), segundo pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Sebrae. Em terceiro lugar vem o cartão de débito (66%) e por último de crédito (57%).
O modelo promove transferências em poucos cliques, eliminando atritos para facilitar a vida financeira, porém, ele traz também riscos relacionados a fraudes digitais e eventos de sequestro relâmpago, que são modalidades que se tornaram ainda mais atraentes para os criminosos frente a esta simplicidade e rapidez de pagamentos.
No campo da fraude digital, é possível que um criminoso - utilizando um celular roubado - acesse as contas bancárias instaladas no dispositivo por meio da engenharia social. Mas como os ladrões entram no aplicativo do banco e como podemos nos proteger?
Os criminosos preferem roubar celulares que já estejam desbloqueados, mas caso o aparelho esteja bloqueado, eles costumam chutar algumas combinações populares. Ao desbloquear, muitas vítimas anotam dados de senha de cartão e de banco no próprio bloco de notas do dispositivo. Como alguns serviços também utilizam e-mail para recuperação de senha, e muitas vezes esse correio eletrônico está cadastrado no celular da vítima, o criminoso consegue realizar uma engenharia social contra a própria instituição, se passando pela vítima e solicitando transações ou trocas de senha.
Caso o ladrão precise de dados pessoais, como data de nascimento e CPF, muitas vezes eles podem ser encontrados no próprio celular da pessoa, seja em mensagens, e-mail ou nos dados de saúde, que algumas vezes ficam registrados. Entre as dicas para tentar atrapalhar o acesso desses criminosos às contas bancárias, estão:
1. Tenha o IMEI, ou número de série, do dispositivo anotado em um local seguro, ou seja, fora do dispositivo. Para descobrir o número, digite *#06# no dispositivo. Caso o aparelho seja roubado, é só solicitor à operadora o bloqueio usando o número do IMEI. Com isso, nenhum chip funcionará no aparelho. Além disso, faça um boletim de ocorrência, pois caso a polícia apreenda o aparelho, ela saberá sua origem;
2. Proteja seu CHIP ativando os códigos PIN e PUK do seu chip SIM. Ao ativar o código PIN, ele será solicitado quando o celular for reiniciado e nenhuma função do aparelho será ativada caso o código não esteja correto. E se o criminoso tentar adivinhar e errar o código por três vezes, o aparelho será bloqueado. Para desbloquear, é necessário saber o código PUK;
3. Configure o apagamento (wipe) remoto do dispositivo;
4. Não utilize o desbloqueio através de reconhecimento facial para aplicativos de banco e corretoras;
5. Configure seu app de banco para pedir não só a senha, mas o número da conta e da agência sempre que for aberto;
6. Use senhas diferentes para cada aplicativo, principalmente os bancários;
7. Não guarde fotos de senhas, documentos ou de cartões de crédito na galeria de fotos;
8. Não utilize o recurso de "salvar senha" para aplicativos e portais críticos;
9. Proteja aplicativos críticos com MFA (autenticador multifator). Desta maneira, os apps serão acessados com senha e um código gerado por um token, evitando que mesmo que a senha seja descoberta pelo criminoso, ele não terá o token.
Do ponto de vista da segurança física, algumas dicas podem prevenir a ação dos criminosos, como ter atenção na chegada e saída dos locais que frequentar, principalmente os de rotina; evitar utilizar celular na rua e procurar utilizá-lo em um estabelecimento comercial; e sempre que possível coloque bolsas e mochilas no porta malas do veículo. Caso entre em uma situação de crise ou emergência, fique calmo e coopere, pois seu objetivo é permanecer vivo!
*Matheus Jacyntho é diretor associado na área de cibersegurança da ICTS Protiviti, empresa especializada em soluções para gestão de riscos, compliance, proteção e privacidade de dados, e Ricardo Gonçalves é gerente de segurança pessoal e condominial na ICTS Security, empresa de origem israelense que atua com consultoria e gerenciamento de operações em segurança.
Sobre a ICTS Protiviti
A ICTS Protiviti é uma empresa brasileira que combina a segurança, eficiência e independência da plataforma tecnológica de serviços especializados da ICTS (canal de denúncias, diligência de terceiros, background e monitoramento de funcionários, e treinamentos on-line), com o alcance global e o conhecimento e inovação em gestão de riscos, compliance, auditoria, investigação e proteção de dados da Protiviti.
A união de deep expertise, com capacidade de transformação e excelência operacional, proporciona aos seus clientes um portfólio abrangente de soluções que endereçam os principais riscos, problemas e desafios de negócio, protegendo e maximizando o valor das organizações, e ajudando seus líderes a encararem o futuro com confiança e alcançarem resultados extraordinários num mundo dinâmico.
Reconhecida como Empresa Pró-Ética desde 2015, no Brasil conta com cerca de 400 profissionais em 5 escritórios localizados em São Paulo, Barueri, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, que atendem a mais de 600 empresas de diferentes portes e segmentos. No mundo, são mais de 4.500 profissionais atuando por meio de uma rede de subsidiárias e firmas-membro independentes. Empresa reconhecida como Great Place To Work e com faturamento anual superior a USD 1 bilhão, opera 85 escritórios em 27 países, que atendem a 60% das empresas da FORTUNE 1000®️.
|
Comentários
Seja o primeiro a comentar
Envie Comentários utilizando sua conta do Facebook