As rotinas de skincare, como são conhecidos os cronogramas de cuidados com a pele do rosto, incluem cosméticos de diversos tipos: limpadores, tônicos, séruns, hidratantes, protetores solares, entre outros. Para atender a todas as necessidades de diferentes tipos de pele, a indústria da beleza pesquisa e desenvolve cada vez mais ativos. Um deles é o ácido mandélico, derivado de amêndoas amargas.

Embora ainda não seja tão amplamente conhecido quanto outros ácidos, como o hialurônico, o ingrediente tem se popularizado em formulações para a pele do rosto, especialmente as mais sensíveis. Atualmente, diversas marcas brasileiras e de outros países apostam em combinações com a substância.

O que é?

Parte do grupo dos ácidos AHAs (alfa-hidroxiácidos), ou carboxílicos orgânicos, o ácido mandélico é uma substância sólida, branca e cristalina que se dissolve parcialmente em água. Sua extração vem das amêndoas amargas. Outros AHAs conhecidos são, por exemplo, o ácido glicólico e o ácido lático.

Sua estrutura e composição química fazem com que suas moléculas sejam maiores em comparação às de outras substâncias. Esse fato é importante: como as moléculas são maiores, o ativo é absorvido mais lentamente pela pele. É essa característica que o torna indicado principalmente para as peles mais sensíveis.

Benefícios

Um dos principais pontos positivos do ácido mandélico é a quantidade de benefícios que ele oferece à pele. Suave e versátil, é indicado para tratar peles com manchas escuras, como melasma e marcas de sol, ou com tendência a acne. Como mencionamos acima, ele é especialmente recomendado para peles secas e que não se dão bem com o ácido glicólico, também comum em cosméticos faciais.

Possui ação clareadora, hidratante, fungicida e antibacteriana, além de induzir a produção de colágeno, ótimo para quem busca um produto que atenda a mais de uma necessidade. Dessa forma, ele atua para:

• estimular a renovação celular;

• hidratar e nutrir a pele;

• clarear manchas escuras;

• prevenir e combater cravos e espinhas;

• reduzir os sinais de envelhecimento.

Indicação

Democrático, o ácido mandélico pode ser usado por peles de tonalidade clara, parda e preta, além de ser bem aceito por diferentes tipos de pele (jovens, maduras, oleosas, secas, acneicas, sensíveis, etc). É ótimo para peles com melasma, manchas de sol e marcas provenientes de acne.

Muitas pessoas com pele seca têm receio de utilizar ácidos na pele, mas especialistas da área garantem que o ácido mandélico oferece ótimos resultados para peles com pouca hidratação. Ainda, por estimular a renovação celular e a produção de colágeno, ele também pode ser usado antes e depois de procedimentos estéticos, como peeling ou cirurgia a laser.

Formulações comuns

Os tipos de cosméticos mais comuns com o ácido mandélico são em formato de creme, óleo ou sérum, com função de reter a umidade da pele, agir no clareamento de manchas e esfoliar levemente para promover a renovação das células cutâneas. Por isso, aparece com frequência em cremes hidratantes, óleos de tratamento, géis de ação específica e séruns. 

A concentração do ativo para cosméticos comuns geralmente fica entre 1% e 10%, dependendo do objetivo do produto e da combinação de outros ingredientes. Já para uso profissional, destinado a atividades de peeling profundo, o ativo aparece em concentrações entre 30% e 50%.

Como usar

Antes de usar o produto, é importante testá-lo para confirmar se não ocorrerão alergias. Aplique um pouco do cosmético com ácido mandélico na parte interna do antebraço, na região próxima ao cotovelo, e observe o local pelas próximas 24 horas. Caso haja nenhum sinal de irritação, ardência ou vermelhidão, o produto não deve ser aplicado no rosto.

Para usar o cosmético com ácido mandélico, recomenda-se limpar a pele antes da aplicação e aguardar cerca de 30 minutos para evitar irritações. Com a pele limpa, aplique uma fina camada do produto no rosto, massageando suavemente com movimentos circulares. Evite as regiões muito próximas aos olhos, narinas e boca. A recomendação de uso é noturna.

Contraindicações

Por fim, é importante falar que, em alguns casos, o uso do ácido mandélico é contraindicado. Gestantes e pessoas com ferimentos na pele, herpes ativa, que fizeram depilação com cera recentemente ou que apresentaram sensibilidade ao teste de toque não devem utilizar cosméticos com o ativo.