Araraquara Blues
"Moro, o suspeito à frente da investigação, não é apenas um paradoxo. É o coveiro do estado de Direito de um país anestesiado diante de tantos absurdos"
"Moro, o suspeito à frente da investigação, não é apenas um paradoxo. É o coveiro do estado de Direito de um país anestesiado diante de tantos absurdos. Resta saber, até quando", escreve Leandro Fortes, do Jornalistas pela Democracia
Sérgio Moro saiu de férias e do País para fazer um teatro de quinta categoria perigosamente encenado por agentes do Estado, por ele chefiados.
Pelo Twitter, querendo demonstrar uma surpresa risível, Moro parabenizou os agentes da Polícia Federal que prenderam a Equipe Rocket de Araraquara, quatro jecas enfiados numa trama kafkiana - um deles do DEM, um outro, um bolsominion com cérebro de minhoca, com o perdão da redundância.
Essa farsa dantesca começou a ser anunciada, muito antes, quando Moro e Deltan Dallangnol perceberam que, simplesmente, negar a existência das mensagens do Telegram, divulgadas pelo The Intercept Brasil, só traria mais vergonha e confusão.
Decidiram, então, partir para o delírio da tese dos hackers adulteradores, um absurdo só passível de ser pautado porque destinado a essa turba de idiotas adeptas do morobolsonarismo.
A prisão de hackers era, portanto, uma questão de tempo, um festim amplamente anunciado pelas hordas bolsonaristas, como bem cabe a esses tempos de insensatez: nas redes sociais, a deputada Joice Hasselmann, do PSL, líder do governo no Congresso Nacional, ameaçou o jornalista Glenn Greenwald, aparentemente, atiçada pela prisão dos russos de Araraquara.
Moro, o suspeito à frente da investigação, não é apenas um paradoxo. É o coveiro do estado de Direito de um país anestesiado diante de tantos absurdos.
Resta saber, até quando.
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Disse ao seu defensor que não hackeou as mensagens, apenas as recebeu de um terceiro.
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