Como o dólar afeta os investimentos?

O dólar afeta as economias de todos os países, especialmente porque boa parte de tudo o que é usado na produção deles é importado, com o preço oscilando de acordo com o valor da moeda norte-americana

Redação
Publicada em 01 de julho de 2020 às 15:17
Como o dólar afeta os investimentos?

Acompanhar a flutuação do dólar não deve ser apenas um compromisso de quem investe em moedas estrangeiras.

Qualquer outro investidor, seja de renda fixa ou variável, precisa ter atenção a essa oscilação porque de maneira direta ou indireta, o dólar sempre interfere nos seus resultados.

O fato é que a variação afeta a economia como um todo. Por si só, impacta em diferentes tipos de investimentos. Além disso, existem outras situações que precisam ser analisadas.

O dólar na economia brasileira

Sempre que se pretende comparar uma moeda com outra é necessário ter em mente os seguintes fatores:

inflação;

desemprego;

balança comercial;

crescimento econômico.

Quando esses indicadores econômicos estão em baixa, a tendência é que isso desvalorize a moeda em comparação com as demais. Em especial, com o dólar, a mais importante do mundo e tida como referência na economia internacional.

O dólar afeta as economias de todos os países, especialmente porque boa parte de tudo o que é usado na produção deles é importado, com o preço oscilando de acordo com o valor da moeda norte-americana. É o caso do trigo usado na produção do pão francês no Brasil.

Relação indireta

É por conta dessa presença do dólar no Brasil que ativos como os investimentos de renda fixa são afetados pela alta ou baixa da moeda de maneira indireta.

Eles fazem parte de um processo em que são os resultados da economia que fazem a diferença nas aplicações do investidor.

O que ocorre é que, quando a moeda estrangeira está em baixa, a tendência é que a inflação não afete tanto a população local.

Assim, com os preços dentro de um patamar mais atrativo para o consumidor, o mais lógico é que isso se reflita na decisão do COPOM a respeito da taxa Selic, a taxa básica de juros do país.

Com a Selic em baixa, investimentos como o Tesouro Selic rendem menos, pois variam conforme esse índice.

Ativos como os Certificados de Depósito Bancário (CDB) e as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) são alguns exemplos de soluções que também acompanham direta ou indiretamente a taxa Selic.

Não é o caso de investimentos com rentabilidade prefixada, como o próprio Tesouro Prefixado e de determinadas categorias de CDB’s. Eles não rendem de acordo com qualquer índice, tendo os resultados definidos assim que o negócio é fechado.

Entretanto, é possível dizer que eles sofrem um impacto indireto em situações como a alta do dólar. Quando ela ocorre, a tendência é que o COPOM eleve as taxas de juros na tentativa de conter a inflação.

Assim, torna o investimento em ativos prefixados menos interessante do que aqueles que estão atrelados à taxa Selic, por exemplo.

O resultado final é a desvalorização dos preços dos produtos prefixados.

Relação direta

Dependendo da constituição do ativo é natural que a oscilação do dólar gere impactos mais significativos em seus resultados.

Um exemplo disso é uma carteira em fundos multimercados. Esse tipo de investimento, em resumo, é um fundo no qual a gestão pode escolher diferentes mercados para fazer as aplicações em nome dos cotistas.

A questão é que, neste caso, existe maior liberdade na constituição das carteiras dos fundos, podendo se concentrar em ações, títulos públicos e, claro, moedas.

Assim, a variação do dólar interfere diretamente nesses fundos quando eles são compostos por maior quantidade de ativos de moeda estrangeira.

Além disso, é possível investir em commodities que atuam no exterior. Vale tanto para o bem quanto para o mal, ou seja, dependendo das distorções nos preços dos ativos, a valorização ou a desvalorização da moeda pode trazer lucro ou prejuízo para o conjunto.

Fundos de ações são impactados quando as empresas também são. Sempre que o preço de insumos e bens de capital importados ou exportados oscila, os custos empresariais podem aumentar ou diminuir, afetando a produção e, em última instância, os resultados finais da companhia.

Também existe a possibilidade de as empresas terem dívidas em dólar, o que afeta os resultados tanto de quem investe em fundos de ações quanto de quem investe diretamente em empresas estrangeiras.

Por fim, os chamados fundos cambiais seguem a flutuação do dólar. Significa que, ao investir nesse tipo de solução, o investidor atrela seus resultados diretamente à moeda estrangeira, podendo ganhar ou correndo o risco de perder dinheiro em função da variação desse índice.

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