O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL) virou motivo de piada nas redes sociais ao informar, numa entrevista, que iria protocolar um pedido de impeachment contra “o presidente Bolsonaro”. Logo em seguida, o parlamentar se corrigiu e disse que o documento seria contra o presidente Lula (PT), mas o recorte da fala foi parar nos grupos de whatapp. E virou piada.

Chrisóstomo foi eleito e reeleito na onda Bolsonaro, mas já chegou a ser humilhado publicamente pelo então presidente, mas, mesmo assim, manteve-se fiel ao ídolo.

Em outubro de 2020, no cercadinho do Palácio do Planalto, o então presidente afirmou que o parlamentar estaria apoiando o Movimento do Sem Terras e disse  a um homem ,  que alegava  ser “primo de Chrisóstomo”,  para “não espalhar por aí que é primo para não ficar feio”.

Agora, ao dar entrevista ao site bolsonarista O Povo Online, Chrisóstomo disse, corrigindo o ato falho,  que pediria o impeachment do presidente da República por suspostamente atrapalhar uma improvável CPI dos ato golpistas de 8 de janeiro, com a qual os seguidores de Bolsonaro sonham para tentar acusar o Governo do PT de ter sido conivente com a baderna, quebra-quebra e atos terroristas perpetrados pelos seguidores do ex-presidente.

“PASSADOR DE PANO”

Em janeiro deste ano, o site The Intercept Brasil colocou o deputado  numa lista  de parlamentares que teriam ‘passado  pano”  para atos terroristas e culpam - sem prova nenhuma - supostos infiltrados  pela baderna e destruição na sede dos três poderes da República, no início do ano.  

De acordo com o Dicionário Informal da Língua Portuguesa, “passar pano vem da gíria acobertar, não falar a verdade, omitir, que não é gíria popular mais sim da gíria de malandro”. Tem ainda como significado “dar uma desculpa; se esquivar, sair fora, livrar a cara de alguém de alguma acusação, fato ou confusão”. 

Segundo o site, o  Coronel Chrisóstomo, reeleito, só fez  um pronunciamento enfático contra o terrorismo após a reportagem do Intercept, que apontou os 46 deputados federais que apoiaram ou minimizaram os atos golpistas. Os nomes deles constam no levantamento.

O coronel postou um vídeo cerca de três horas depois que a reportagem foi publicada, dizendo que não apoia nem concorda com vandalismo. Até então, ele tinha apenas comparado os atos terroristas com manifestações da esquerda e dito: “a direita do Brasil sempre terá meu apoio total. Contem comigo”.