Dia da Luta Antimanicomial: entenda as diferenças entre residência terapêutica e hospital psiquiátrico
Com propostas diferentes e ainda sim complementares, devido principalmente à luta antimanicomial, ambas foram elaboradas sob ideais humanitários
O dia 18 de maio é importante para a medicina, principalmente para parte dela que trata a saúde mental, porque nele é celebrado o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Tanto a data como todo o mês colocam em evidência a importância do combate contra a intolerância com indivíduos que possuem psicopatologias que requerem tratamentos especiais, como por exemplo, a necessidade de hospitalização.
A data relembra antigas mobilizações e divulga outras recentes em torno do fechamento de manicômios e a formalização de novas legislações que defendem propostas cada vez mais humanitárias no tratamento desses pacientes. Entre elas, estão os hospitais psiquiátricos e, a longo prazo, as residências terapêuticas.
Com concepções completamente diferentes e complementares, os estabelecimentos não se assemelham nem na formação da equipe necessária e tampouco na estrutura física do ambiente onde está localizado. As residências terapêuticas são dispositivos que podem ser acionados no momento da estabilidade do paciente. E ao contrário dos hospitais psiquiátricos, as residências terapêuticas podem servir como uma solução definitiva de moradia para os pacientes, onde os mesmos encontrarão afeto, convivência, suporte em todas as suas necessidades e ajuda para usufruir da máxima autonomia que seu quadro permitir.
De acordo com o médico psiquiatra sócio e diretor da Sig Residência Terapêutica, Ariel Lipman, é necessário entender que mesmo no período da estabilidade, muitos pacientes precisam de cuidados, como controle da sua medicação, cuidados com alimentação, higiene, convivência, lazer, etc.
“Muitas vezes as famílias não conseguem prover todo esse cuidado, por questão de falta de tempo, esgarçamento das relações ou até mesmo morte/envelhecimento das pessoas que proviam todo esse suporte. Portanto, as residências terapêuticas ocupam esse espaço de prover todas as necessidades dos portadores de doenças psiquiátricas crônicas”, explica.
Assim, as residências terapêuticas devem ser cogitadas quando o paciente está estabilizado de seus sintomas mais graves e uma solução mais definitiva se mostra necessária, na tentativa de prover a melhor vida possível e prevenir a reincidência das crises. É pensado como uma proposta de moradia, trazendo um novo olhar para a convivência com doenças psiquiátricas e um local para chamar de lar.
Já os hospitais psiquiátricos devem ser utilizados em situações de crise. Momentos em que os pacientes estão com comportamento de risco e por isso precisam estar em um ambiente seguro e extremamente controlado. Neste caso não há um período determinado, que deve ser o menor período possível.
“A chave para entender a diferença entre hospitais psiquiátricos e residência terapêutica está na compreensão da diferença de cuidado na crise e no período de estabilidade” explica Lipman. Os hospitais psiquiátricos são dispositivos que devem ser acionados no período da crise, momentos em que o tratamento deve ser feito de forma intensiva, o acompanhamento médico e multidisciplinar deve ser feito com muito mais frequência e recursos devem ser usados para garantir que o paciente não coloque em risco a si e terceiros.
Sobre a Sig - Fundada em 2011, no Rio de Janeiro, a Sig Residência Terapêutica, surgiu com o propósito de trazer um novo olhar em transtornos de saúde mental, com um tratamento humanizado, inclusivo e visando a ressocialização do paciente. Conta com 3 unidades, sendo duas na cidade do Rio de Janeiro e uma em São Paulo. Atualmente é gerida pelos sócios Dr. Ariel Lipman, Dra. Flávia Schueler, Dra. Anna Simões, Elmar Martins e Roberto Szterenzejer.
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