Dia Mundial da Água

Quando será que os nossos governantes incluirão a questão do uso dos recursos hídricos como parte do planejamento de seus governos? Pelo jeito, nunca!

Valdemir Caldas
Publicada em 22 de março de 2019 às 12:46
Dia Mundial da Água

(*) Valdemir Caldas

Hoje, 22 de março de 2019, é Dia Mundial da Água. A data foi instituída pela ONU em 1992. O objetivo não poderia ser mais óbvio: conscientizar a população sobre a importância dessa valiosa substância, sobretudo no momento em que o mundo vive uma crescente escassez de água em condições de consumo humano, decorrente do violento processo de poluição ao qual estão sujeitos os mananciais, evidenciando o quanto é preocupante a gestão responsável dos recursos hídricos.

Estima-se que menos de 42% da população de Porto Velho tem acesso a água tratada, apesar de a cidade ser banhada pelo principal afluente do rio Amazonas. Quando o assunto é esgoto,  o índice cai para vergonhosos 2%. Em 2018, prometeram que 100% das residências teriam água tratada. Seriam investidos quase R$ 300 milhões. O dinheiro viria do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, mas as obras de ampliação e melhoria do sistema de abastecimento não avançarão.

Se a situação é periclitante na capital, o que dizer nos distritos, onde um contingente de pessoas que não tem direito à água, não possui renda para comprá-la e, portanto, vê-se obrigado a recorrer a meios não oficiais para conseguir suprir parte de suas necessidades quanto ao uso desse produto. Parece um absurdo que esse quadro seja parte da realidade, mas é. E Porto Velho é um triste exemplo. Uma vergonha para os que nos comandam.

Quando será que os nossos governantes incluirão a questão do uso dos recursos hídricos como parte do planejamento de seus governos? Pelo jeito, nunca! Não se observa um esforço concretado no sentido frear o processo de destruição de mananciais, leitos de rios e igarapés, muitos dos quais foram transformados em depósitos de lixo. O problema da água não pode mais ser compreendido como objeto de interesse de setores técnicos de governos, porque é um assunto que diz respeito à vida das pessoas e, como tal, precisa ser tradado com seriedade e responsabilidade.

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