Em 100 dias de Governo, Marcos Rocha promete o que o vice diz que ele não irá cumprir e mente sobre tarifa de energia

Para a solenidade dos 100 dias, Marcos Rocha mandou convidar até um presidiário, mas sua assessoria barrou a presença de jornalistas considerados críticos ao Governo

Tudorondonia
Publicada em 15 de abril de 2019 às 15:01
Em 100 dias de Governo, Marcos Rocha promete o que o vice diz que ele não irá cumprir e mente sobre tarifa de energia

Imprensa independente foi barrada na solenidade que tinha até um presidiário

Porto Velho, Rondônia - Nada do que o governador Marcos Rocha (PSL) prometeu nesta segunda-feira, durante a solenidade de “comemoração” dos seus 100 dias de Governo, será cumprido. Pelo menos foi o que disse o vice-governador Zé Jodan (PSL) há quatro dias, em entrevista ao radialista Nelson Lima, da Rádio 93, 1 FM (Rádio Rondônia de Rolim de Moura).

Na entrevista, Zé Jodan disse que o coronel não tem como cumprir as promessas de campanha e que Rondônia está ingovernável. Acrescentou que o estado pode decretar calamidade financeira e deixar de pagar o funcionalismo público.

Marcos Rocha ganhou a eleição na onda Bolsonaro com propostas surrupiadas da equipe do tucano Aécio Neves. O grupo do coronel copiou o programa de Aécio quando este foi candidato a presidente da República em 2014. Fizeram pequenas alterações e registraram no Tribunal Regional Eleitoral como se fossem autores do documento plagiado. Por isso, nestes 100 dias, o governador de Rondônia não teve um só projeto implementado.

Mas, a exemplo do que fez na campanha eleitoral, usando o programa de Aécio Neves como se fosse seu, Marcos Rocha comemorou, como se fosse uma grande façanha sua, a redução da tarifa de energia elétrica em Rondônia, uma conquista da sociedade civil organizada. Sobre o assunto, o Departamento de Comunicação do Governo (Decom) ainda reproduziu uma mentira que teria sido contada pelo governador na solenidade.


“Um dos destaques foi a conquista na queda de braço contra o aumento na energia elétrica que saiu dos 25% antes anunciados pela empresa para 7,46% da taxa da tarifa de energia para a sociedade rondoniense (SIC). Foi a conquista do diálogo que envolveu o governo e outras instituições que resultou nessa redução da taxa da nossa energia (SIC)”, afirmou o governador, segundo texto divulgado pelo Decom.

Ocorre que isso é uma mentira, pois no dia 26 de março deste ano, diante da pressão da sociedade civil organizada rondoniense, a   diretoria da ANEEL  (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou  uma redução média de 7,4% no reajuste tarifário da Ceron (RO), o que levará a uma diminuição do índice de reajuste, dos 25,34% médios aprovados em dezembro de 2018 para 17,87%. Os novos valores entraram  em vigor no dia 1º de abril.

A atenuação do reajuste ocorreu com a combinação de dois fatores. Um deles é o diferimento de parte dos componentes financeiros, apresentado pela Ceron, que vai levar a um desconto de 3,27% no índice médio do reajuste. O outro fator, com impacto redutor de 4,19%, leva em conta o abatimento da parcela do empréstimo da Conta ACR na Conta de Desenvolvimento Energético – CDE, e ajustes nas parcelas referentes a outras rubricas da CDE (CDE USO, CDE Decreto).

O diretor da ANEEL Efrain Cruz, relator do processo, salientou que a redução nas tarifas foi obtida por meio de critérios técnicos. “O grande ponto foi a criação de soluções técnicas que permitiram que a ANEEL, dentro de um ambiente técnico, revisitasse essa tarifa”.

Segundo o Decom, Marcos Rocha disse que o reajuste da tarifa baixou de 25% para 7,46%, o que é uma mentira.

PREIDIÁRIO SIM, IMPRENSA INDEPENDENTE, NÃO

Para a solenidade dos 100 dias, Marcos Rocha mandou convidar até um presidiário (o senador Acir Gurgacz), mas sua assessoria barrou a presença de jornalistas considerados críticos ao Governo.

Em relação à imprensa, a lista de convidados foi elaborada por Junior Gonçalves, da falida Rede de Supermercados Gonçalves e hoje comandando a SUGESP – Superintendência de Gestão de Pessoas -, que ninguém sabe exatamente o que faz, e o jornalista Lenilson Guedes, diretor do Decom.

Dos 24 deputados estaduais convidados para o evento, só compareceram três

O texto do Decom diz que “o  governador iniciou a explanação apresentando o cenário de gestão e enfatizou as despesas decorrentes de negociações e concessão realizadas após a elaboração da Lei Orçamentária Anual de 2019 – LOA – que não apresenta os impactos já sentidos no orçamento. Ele citou como exemplo a falta de R$ 120 milhões para a Saúde e pouco mais de R$ 100 milhões para a Segurança. Além da dívida do Beron que chega a R$ 17 milhões por mês, ou seja, algo em torno de R$ 400 milhões em necessidades orçamentaria que não estavam previstas na LOA”. Não estavam previstas porque o governador, durante a transição e depois de sua posse, não demonstrou nenhum interesse em acompanhar este assunto, conforme afirmou o ex-governador Daniel Pereira.

REI DO CDS

Depois de encher a folha de pagamento com nomeados para cargos de CDS (foram quase cinco mil nomeações em três meses), o governador falou em enxugar a máquina administrativa.

“O governador anunciou que irá apresentar no segundo semestre deste ano um Projeto de Lei que será encaminhado para a Assembleia Legislativa para alteração da Lei Orçamentária Anual de 2019. O principal foco, de acordo com o governador, é gerar economia de recursos para proporcionar um melhor serviço à população. Para isso, ele apresentou os pilares de governo que prevê enxugar e desburocratizar a máquina pública, combate à corrupção, segurança pública, saúde, educação e desenvolvimento econômico”, diz o texto distribuído pelo Decom após a solenidade.

Comentários

  • 1
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    jose 16/04/2019

    Como vai inaugurar novos presidios sem servidores ? ainda bem que ele sabe a quantidade de presos no sistema penitenciario só não sabe a quantidade de agentes pra isso.

  • 2
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    Eric 16/04/2019

    só enganação , muito facil dizer que economizou milhoes nos primeiros 100 dias, claro dando calote nos fornecedores, não pagando os contratos..isso é realmente economia? pra mim é reduzir o salario de secretarios e dos CDS pra realidade brasileira já seria um começo.

  • 3
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    Marco Ramos 16/04/2019

    Dá até nojo olhar para essas caras aí em cima! O inferno os espera e o diabo os receberá de braços abertos!

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