Grupos folclóricos e quadrilhas terão patrocínio de R$ 200 mil para o Flor do Maracujá
A festa será realizada no Parque do Tanques, em Porto Velho, de 26 de julho a 4 de agosto
Após conversações e acordos entre os grupos folclóricos e quadrilhas, Federação de Quadrilhas e Bois-Bumbás de Rondônia (Federon), e Superintendência Estadual da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (Sejucel), a maior festa junina da região Norte, o Arraial Flor do Maracujá, deve acontecer agora com nova data, de 26 de julho a 4 de agosto, sem prejuízos aos movimentos culturais do segmento e à população.
A festa será realizada no Parque do Tanques, em Porto Velho, contando com apresentações de quadrilhas e bois-bumbás, sob a realização do Estado de Rondônia e organização da Federon. O impasse para que o arraial acontecesse, que era o patrocínio e repasse aos grupos, foi dirimido com a garantia do Governo do Estado, que conseguiu patrocínio junto à empresa Energisa, no valor de R$ 200 mil, para os custos de indumentárias, acessórios e alegorias dos grupos.
Na manhã desta terça-feira (4), em audiência pública na Câmara Municipal de Porto Velho, o superintendente da Sejucel, Jobson Santos, anunciou a confirmação do recurso. “Ainda ontem à tarde, após termos apresentado a demanda ao governador Marcos Rocha, recebi a ligação dele confirmando que a empresa vai repassar o patrocínio aos grupos, garantindo desta forma até um valor superior ao que eles conseguiram no ano anterior, para que também possam repassar os 10% à Federação como filiados, o que mantém a entidade”.
Os valores que devem ser repassados aos grupos não passarão pelos cofres do Estado ou da Federação (já que se encontra inadimplente). Três grupos, o Anajupe (de quadrilha), e o Guarnecer e FBBROM (de bois-bumbás) estão adimplentes e serão denominados para a destinação do recurso e distribuição aos demais grupos de cada segmento.
“Nós já temos toda a estrutura de som, iluminação e arquibancadas garantida, e conseguimos três ônibus para o transporte dos grupos de acesso – já que o transporte para as quadrilhas e grupos de bois-bumbás foi dispensado pelos representantes e nós cancelamos o processo. Já garantimos também o pagamento de taxas e ambulância para atender a todos que forem ao evento. Se trabalhamos juntos, somos mais fortes”, disse o superintendente.
Para diminuir os preços de produtos oferecidos pelos permissionários de barracas durante a festa, a Sejucel não cobrará o aluguel que antes era cobrado pela Federon.
“Quanto às taxas de impostos, o maior preço a ser pago, dependendo da especificação do negócio a ser montado no local, será de R$ 500, e o menor será de R$ 100. Assim teremos comidas e outros produtos com preços acessíveis praticados no mercado”, declarou Jobson Santos .
Os valores arrecadados com as barracas serão destinados ao Fundo Estadual de Cultura, o que será revertido em investimentos para o crescimento do evento no próximo ano. Quanto ao estacionamento, os valores cobrados devem ser revertidos para alguma entidade filantrópica de Porto Velho. Os grupos e a Federon poderão ainda arrecadar com a venda de camarotes, com toda a estrutura montada pelo Governo do Estado. Com emendas parlamentares da deputada federal Mariana Carvalho (R$ 200 mil) e do deputado estadual Eyder Brasil (R$ 160 mil), ao todo o investimento gerido e aplicado pela Sejucel na Flor do Maracujá é de mais R$ 500 mil.
Para o vereador Alex Palitot, propositor da audiência “o grande duelo deve acontecer na arena, onde bois-bumbás irão duelar, e as quadrilhas competir, em uma festa que gera economia criativa e promove a rica cultura popular, que faz parte da história do movimento na capital”.
Ainda nesta segunda-feira (3), o promotor de Justiça da Promotoria de Improbidade do Ministério Público de Rondônia, Geraldo Henrique Ramos Guimarães, reuniu-se com os representantes da Sejucel e da Federon para orientar sobre como ambas as partes devem proceder, sem ônus à população quanto ao evento cultural. “Sugiro que haja entrosamento entre os grupos e o governo, e trabalhem juntos em prol da cultura que é tão rica e importante para a identidade do nosso estado. Se regularizem com os processos de contas, procurem a Escola de Governo, façam cursos sobre prestação de contas, para que não haja mais impasses como este e a própria federação consiga a independência para a realização do evento com o apoio do poder público. A festa não pode deixar de acontecer”.
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