Investimentos no Arco Norte geram desenvolvimento econômico para estados da região
Para o senador Acir Gurgacz, também é preciso investir nas diversas vias de transporte que levam aos portos
As instalações portuárias das Regiões Norte e Nordeste, conhecidas como Arco Norte, vêm crescendo a cada ano. Segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), em 2010, as movimentações nesses portos correspondiam a 23% da produção nacional de soja e milho. Em 2015, o percentual passou para 31% e em 2020 atingiu 50%, se igualando aos portos do Sudeste e Sul do País.
A expectativa é que, em 2021, o Arco Norte ultrapasse os demais portos brasileiros, já que a média anual tem avançado 4%.
Para o senador Acir Gurgacz (PDT-RO), investir nas instalações portuárias é fundamental para o desenvolvimento da economia.
“A melhoria, ampliação e modernização da infraestrutura e da logística do Arco Norte são de fundamental importância para o desenvolvimento econômico e a geração de empregos em Rondônia e em todos os estados da Região Norte. No entanto, para que a opção pelo Arco Norte continue se tornando atraente, é necessária a melhoria das diversas vias de transporte que levam aos portos, em seus diferentes modais – rodoviário, ferroviário e hidroviário”, ressalta.
Em 2020, a movimentação portuária em Rondônia foi de 8.536.924 toneladas de cargas, segundo dados da ANTAQ. Desses, 5,08 milhões de toneladas são de sementes e frutas oleaginosas e 1,6 milhões de toneladas são de cerais - um aumento de 9,11% e 1,55% respectivamente, em comparação com o ano anterior.
Investimentos no Arco Norte são fundamentais para escoamento de cargas no Brasil
Exportações paranaenses podem travar por causa de novas barreiras internacionais; entenda
Governo arrecada R$ 31 bilhões para investimentos em ferrovias
Arco Norte
As instalações portuárias do Arco Norte estão localizadas na Região Norte e Nordeste do País, acima do paralelo 16° S, e incluem: Porto Velho (RO), portos do Rio Madeira, Manaus/Itacoatiara (AM), Itaituba/Miritituba (PA), Santarém (PA), Barcarena (PA), Santana (AP), Itaqui (MA), Salvador (BA), Pecém (CE) e Suape (PE). A principal movimentação de cargas concentra-se nos portos do Arco Amazônico – uma subdivisão do Arco Norte, que contempla os portos de Porto Velho (RO), Manaus/Itacoatiara (AM), Santarém (PA), Itaituba/Miritituba (PA), Belém/Vila do Conde (PA), Santana (AP) e Itaqui (MA).
O grande fluxo de produção escoado nessa região é do setor agropecuário, especialmente o milho e a soja. Em 2020, a exportação desses grãos pelo Arco Norte totalizou 42,3 milhões de toneladas, segundo estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O superintendente de Logística Operacional da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Thomé Guth, afirma que o investimento público-privado no Arco Norte pode gerar benefícios para ambas as partes.
“O governo ganha com as concessões, com as autorizações de uso. E para iniciativa privada é uma vantagem, porque essa é uma região pulsante e de franco crescimento”.
Segundo Thomé Guth, por mais que se tenha pouca área disponível para expansão da plantação de soja na região, especialmente no Mato Grosso, existe a segunda safra de milho, que pode ser utilizada na sucessão da soja. Ele também destaca a tecnologia aplicada nos campos de Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Pará para aumentar a produtividade dos grãos.
“São regiões que têm investimento, os produtores são grandes e tecnificados. Então, a chance de se crescer a produção nessa região é muito alta. E, com isso, você tem movimentação de carga para dinâmica de exportação. Tudo isso gera benefícios à economia e a iniciativa privada tem retorno, porque o fluxo não para”, comenta.
O superintendente da Conab também aponta outros setores que se desenvolvem com o investimento nas instalações portuárias, como a demanda por atendimento aos transportadores, caminhoneiros e operadores que trabalham com hidrovias; além das trading companies, que são empresas que lidam com todo o elo da cadeia de exportação, desde a compra do produto até a destinação final.
“Isso gera emprego, benefícios e novos profissionais. A empresa privada consegue atrair esse dinamismo. O governo ganha com a possibilidade de fazer as concessões, porque os investimentos são altos, de médio e longo prazos. E o setor privado ganha, porque é um mercado que tem crescido”, reforça.
Outros modais
Segundo o diretor-técnico adjunto da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Reginaldo Minaré, para que a carga possa ser transportada do produtor até os portos, também é preciso investir nos modais que fazem esse trajeto, como rodovias e ferrovias, buscando racionalizar os custos e mitigar os danos.
“É necessário uma boa estrutura rodoviária, que conecta os agricultores à ferrovia, que conecta a ferrovia aos portos, fazendo essa multimodalidade funcionar. Certamente o Brasil terá um maior desenvolvimento e a agricultura brasileira terá bem mais competitividade, tanto no mercado interno quanto no mercado internacional”, ressalta.
O superintendente da Conab, Thomé Guth, afirma que uma das razões para o aumento da movimentação portuária no Arco Norte é o investimento em melhorias da rodovia BR-163.
“Um frete Sorriso-Santos, até o final de março, estava em torno de R$ 375 por tonelada. Um frete Sorriso-Miritituba, estava por volta de R$ 250. Isso gera um direcionamento do escoamento da produção. Depois da BR-163, a movimentação para Miritituba aumentou significativamente”.
Além da pavimentação da BR-163, o senador Acir Gurgacz cita outras melhorias que devem ser feitas nas rodovias que ligam a região.
“Precisamos reasfaltar a BR-319, que liga Porto Velho-RO a Manaus-AM, e duplicar a BR-364 para que a hidrovia do Madeira possa ser melhor aproveitada. Além disso, precisamos implantar as linhas ferroviárias do Arco Norte, incluindo a saída para o Pacífico; modernizar os portos e aeroportos e a logística de toda a região", ressalta o parlamentar.
Para ligar o Arco Norte aos produtores da região, o projeto Ferrogrão está em andamento com modelo de concessão. O corredor ferroviário de exportação vai ligar o município de Sinop, no norte do Mato Grosso, até os portos de Miritituba, no Pará, reduzindo custos de logística da produção agrícola.
O projeto conta com 933 quilômetros de extensão e possui “Selo Verde” de preocupação ambiental, com a expectativa de reduzir em 50% a emissão dos gases de efeito estufa e redução de um milhão de toneladas de CO2 da atmosfera. Além disso, a ferrovia seguirá a faixa de domínio da BR-163, sem sobrepor terras indígenas, quilombolas ou unidades de conservação.
O modelo de concessão adotado permite que apenas uma única empresa seja responsável pela gestão da infraestrutura e prestação do serviço de transporte. O prazo de concessão previsto é de 69 anos. São esperados R$ 8,4 bilhões em investimentos.
UNESC Rondônia oferece curso gratuito para auxiliares e técnicos em Enfermagem
Curso Teórico-Prático de Eletrocardiograma será realizado no dia 29, na unidade de Vilhena
Ouvidoria da Mulher da OABRO e Delegacia da Mulher deliberam alternativas no atendimento às vítimas de violência doméstica
Aline Silva destaca que as ações possuem o objetivo de fortalecer o combate e o enfrentamento à violência contra a mulher em todo o estado “A OAB está cumprindo seu papel constitucional em prestar esse apoio neste momento tão difícil de pandemia
MP aprovada na Câmara dos Deputados, com apoio de grande parte da bancada de Rondônia, cria uma 'Energisa Nacional'
Com o apoio da velhíssima politicagem do Centrão e de deputados aliciados por liberação de gordas emendas, o governo Bolsonaro aprovou esta Medida Provisória, que já está em vigor desde 23 de fevereiro quando foi publicada no Diário Oficial da União
Comentários
Seja o primeiro a comentar
Envie Comentários utilizando sua conta do Facebook