O mês de março, além de ser exclusivo para as mulheres, também é marcado pela cor amarela e tem como objetivo conscientizar sobre a endometriose, doença ginecológica que atinge mais de 176 milhões de mulheres no mundo. Mas, você sabia que a alimentação atinge diretamente o problema e pode ajudar a minimizar os sintomas da doença?
De acordo com a nutricionista Luna Azevedo (@lunanutri), referência em nutrição plant-based, a alimentação rica em ômega 3, magnésio, vitaminas do complexo B e fibras ajudam diretamente nos sintomas da endometriose. “O ômega 3, individualmente, está sob as formas de ácido alfa-linolênico (ALA), ácido eicosapentaenoico (EPA) e ácido docosaexaenoico (DHA). Nosso corpo não consegue produzir estes ácidos graxos essenciais, mas precisamos deles, uma vez que eles são os responsáveis por criar uma camada lipídica em volta das células, contribuindo para o melhor funcionamento de todas as suas funções, incluindo efeitos anti-inflamatórios”, completa Luna.
Ainda segundo a nutricionista, as mulheres que incluem o ômega 3 em sua alimentação têm menos chance de desenvolver endometriose quando comparadas às que ingerem alimentos ricos em gorduras trans. Além disso, a função anti-inflamatória é potencializada em pacientes com endometriose, já que mulheres que possuem a doença apresentam inflamações nos locais onde há tecido do endométrio fora da cavidade uterina e a suplementação do nutriente está relacionada a diminuição nos quadros de dores pélvicas.
Os chás feitos de algumas plantas medicinais podem auxiliar no tratamento da doença, uma vez que, as propriedades antioxidantes, analgésicas e anti-inflamatórias dos bioativos encontrados nas plantas medicinais, podem ajudar no tratamento ou na regressão da endometriose.
Os chás mais indicados são: Chá de curcuma (conhecida por suas propriedades anti-inflamatórias, a curcumina pode ajudar com a endometriose, reduzindo a produção de estradiol), Chá de salsa (pela presença de Apigenina, Luteolina e Crisina com ação antiproliferativas, antiangiogênicas, antioxidantes e anti-inflamatórias) e chá de alho (Allium sativum pode ser capaz de reduzir a proliferação celular, atenuando a expressão expressão de VACM-1, ICAM-1 na endometriose).
Para a gestão cuidadosa da dor, podem ser usados: Chá de camomila (Matricaria chamomilla L.); chá de Erva-de-são-cristóvão (Cimicifuga racemosa L.) e chá de gengibre (Zingiber offi cinale).
Alguns alimentos para incluir nas refeições
- Ricos em magnésio mineral: Folhas verdes escuras como agrião, rúcula, espinafre, escarola, chicória, almeirão, brócolis, couve de Bruxelas, couve manteiga; alimentos integrais (gérmen de trigo, arroz, aveia, centeio, cevada, milho, quinoa, amaranto); sementes de girassol, castanhas e tofu.
- Ômega 3 (gordura poli-insaturada): óleo de linhaça, linhaça; vegetais de folhas verdes escuras (agrião, hortelã, brócolis cru, couve manteiga crua); soja, milho, aveia, abacate e semente de chia.
- Vitaminas do complexo B (vitaminas): alimentos integrais e vegetais de folhas verdes escuras (como os que foram citados nas fontes de magnésio), feijões, cogumelos, sementes de girassol e geleia real.
Sintomas e tratamento da endometriose
De acordo com a ginecologista Dra. Camila Ramos (@dracamilaramos), especialista em reprodução humana, a cólica menstrual é o sintoma mais comum da endometriose, mas os sintomas podem variar. Sentir dor na parte inferior do abdômen antes e depois da menstruação, dor na relação sexual, desconforto com movimentos intestinais e até sangramento intestinal e urinário, são alguns deles.
A endometriose tem cura, se tiver um procedimento cirúrgico eficaz e após um bloqueio do ciclo menstrual para que não retorne a doença. Medicamentos para dor, como analgésicos e anti-inflamatórios, são eficazes em alguns casos. Já os contraceptivos hormonais, usados de forma contínua onde bloqueiam o ciclo menstrual são uma boa escolha, como as pílulas anticoncepcionais, adesivos e anéis vaginais.
Ademais, há uma outra opção: são os chamados agonistas e antagonistas do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) para bloquear a produção de estrogênio que estimula os ovários. “O estrogênio é o hormônio responsável principalmente pelo desenvolvimento das características sexuais femininas. O bloqueio da produção de estrogênio evita a menstruação e cria uma menopausa artificial. Vale lembrar que é um tratamento de uso limitado e normalmente utilizado para preparar a paciente para uma cirurgia ou antes de um tratamento de reprodução assistida”, ressalta Dra. Camila.
“É inevitável a busca por um profissional caso a paciente perceba que alguma coisa não está certa. Manter os exames em dia é uma das principais formas de descobrir precocemente a doença. Manter uma alimentação saudável também pode ser uma forma de prevenção”, finaliza a ginecologista.
Dra Luna Azevedo - Nutricionista incentivadora da alimentação consciente , com grande influência com o público Vegetariano/Vegano. CRN: 1410020 | https://www.instagram.com/lunanutri/?hl=pt-br
Dra Luna Azevedo é nutricionista e formada em Nutrição pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). É idealizadora do projeto “Vida por Luna”, projeto este que tem bases da sustentabilidade para informar indivíduos sobre a consciência ambiental e possui especialização em Ortomolecular e Fitoterapia.
Luna Nutri - como é encontrada nas redes sociais, já conta com mais de 220 mil seguidores no Instagram, onde também utiliza como ferramenta para compartilhar detalhes sobre os protocolos usados no consultório.
A nutricionista Luna também se destaca como uma das pioneiras a implantar os exames food detective e teste de DNA nutricional no consultório. O objetivo é inovar cada vez mais e apresentar uma avaliação mais completa sobre o plano alimentar e a genética de cada paciente.
Dra. Camila Ramos - ginecologista com ênfase em reprodução humana e climatério - CRM: 52-95691-0 - http://instagram.com/dracamilaramos
Graduada em medicina pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, a médica carioca Dra. Camila Ramos é ginecologista e tem formação complementar pela Universidade de Porto (Portugal) na área da “Saúde da Mãe e da Criança: Ginecologia e Obstetrícia".
Dra. Camila se destaca na área de congelamento de óvulos, climatério e é referência em reprodução humana na Clínica Vida e Gerar Vida desde 2017. Além disso, é diretora médica da Clínica Médica da Barra de 2018 até hoje.
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