Humberto Costa defende revogação do decreto presidencial que facilita posse de armas
O senador disse que não é escoando mais armas para a sociedade que o Brasil vai conter os homicídios e reduzir a violência.
Humberto Costa acredita que não é com mais armas que o Brasil vai conter os homicídios e reduzir a violência como a ocorrida em Suzano (SP)
O senador Humberto Costa (PT-PE) pediu a revogação do decreto do presidente da República, Jair Bolsonaro, que facilita a posse de armas de fogo, assinado no dia 15 de janeiro deste ano. O texto do decreto permite aos cidadãos residentes em área urbana ou rural manter arma de fogo em casa, desde que cumpridos os requisitos definidos pela Polícia Federal.
— A própria opinião pública já deixou claro que não concorda com a liberalização do uso das armas e nós devemos nos debruçar seriamente menos em factoides, como decretos e pacotes anticrime, e mais em ações substantivas e consistentes que nos ofereçam soluções mais duradouras e efetivas no combate a essa chaga social que ceifa tantas vidas e faz sangrar a família brasileira — disse ele, em Plenário, ontem (14).
Depois de condenar a chacina ocorrida na quarta-feira (13) na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), Humberto Costa acredita que os dois jovens assassinos, autores dos disparos que mataram estudantes e funcionários da escola, foram influenciados pela política de defesa das armas promovida pelo presidente Bolsonaro.
— Não há como nós não enxergarmos nesses dois jovens, um deles, pelo menos, defensor e apoiador de Bolsonaro nas redes sociais, as digitais do discurso de ódio propagado permanentemente pelo presidente não só no período de campanha, mas também no exercício do cargo para o qual foi eleito. Bolsonaro e os que agem como ele influenciam autores de tragédias como essa.
O senador disse que não é escoando mais armas para a sociedade que o Brasil vai conter os homicídios e reduzir a violência.
— A segurança pública é um monopólio constitucional do Estado. Ela não pode ser terceirizada, ninguém pode oferecer ao cidadão a ideia de que ele possa ter uma arma e sair por aí fazendo justiça pelas próprias mãos, que ele sai resolvendo suas diferenças na troca de tiros.
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