Serviço Geológico do Brasil indica redução dos níveis do rio Madeira

A informação tem impacto para as comunidades ribeirinhas que estão sofrendo com a enchente na região.

ASCOM/CPRM
Publicada em 15 de março de 2019 às 09:14
Serviço Geológico do Brasil indica redução dos níveis do rio Madeira

Vista do rio Madeira no Mirante da Estrada de ferro de Porto Velho (Foto: CPRM)

O Sistema de Alerta Hidrológico do Rio Madeira, operado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), indica queda nos níveis dos rios em Rondônia para os próximos dias. Em Porto Velho, provavelmente, o nível do rio Madeira terá redução, ficando entre 17,00 e 17,10 metros. Também está prevista provável queda do nível do rio Madeira em Abunã. Enquanto em Guajará-Mirim, provavelmente, o nível do rio Mamoré irá se manter estável. No município próximo à fronteira com a Bolívia, o rio está 20 cm abaixo da cota de inundação.

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, dia 13/03, no 13º Boletim Extraordinário de Monitoramento e Previsão de Níveis do Rio Madeira. A informação tem impacto para as comunidades ribeirinhas que estão sofrendo com a enchente na região.

TABELA COM AS COTAS DO MADEIRA. FONTE: CPRM

Conforme explica o engenheiro da CPRM Hérculys Pessoa e Castro, um dos responsáveis pelo Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Madeira, a elevação do nível do rio a partir do mês de outubro faz parte do regime hidrológico natural deste rio, que atinge o pico da cheia justamente nesta época do ano, entre março e abril. “O rio Madeira em Porto Velho atingiu neste ano a cota de 17,35 m. Este valor representa a terceira maior enchente na capital de Rondônia de todo o período de monitoramento, 52 anos. A maior enchente foi registra em 2014, ano em que o rio chegou a 19,69 m e a segunda maior em 1984, quando o rio atingiu 17,44 m”, informou.

Apesar da grande elevação que o rio apresentou a partir do dia 2 de março, deixando centenas de desabrigados, o prognóstico para os próximos dias é de queda. A avaliação foi resultado das discussões da Sala de Crise do Rio Madeira, reuniões semanais organizadas pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Nos encontros, a CPRM, juntamente com a ONS e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), apresenta as suas previsões de vazões e cotas do rio Madeira, que são utilizadas para subsidiar a tomada de decisão dos órgãos competentes.

De acordo com Herculys, na última reunião, realizada ontem, dia 13/03, os modelos hidrológicos e meteorológicos apresentados indicaram que a tendência para os próximos dias é que o nível do rio se mantenha em queda. “Considerando a chuva monitorada e a prevista, a expectativa é que o nível do rio continue reduzindo, mas ainda é cedo para afirmar que já tenha iniciado o período de vazante neste ano”, destacou.

As reuniões são realizadas por videoconferência e contam com a participação de demais órgãos e entidades interessadas, como Secretarias do Estado de Rondônia, Defesa Civil, UHE Jirau, UHE Santo Antônio e o Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM), desde 2014, ano da cheia histórica que atingiu a BR-364 foi inundada, isolando o Estado do Acre do restante do país. O objetivo do gerenciamento é atender à demanda de fornecimento de energia para o sistema elétrico nacional, manter o volume de água a montante da UHE Jirau abaixo da cota da BR-364 e liberar água da UHE Santo Antônio de forma gradual para não causar inundações repentinas na cidade de Porto Velho e demais núcleos populacionais ribeirinhos.

Monitoramento do Serviço Geológico do Brasil

Quando o rio Madeira inicia seu processo de cheia, a CPRM começa a emitir boletins extraordinários nas segundas e quartas-feiras, bem como informes semanais nas sextas-feiras, com um resumo da semana que passou e um prognóstico qualitativo para os próximos sete dias. Os boletins contam com previsões de curto prazo, de no máximo três dias, para as cotas que serão atingidas nas cidades de Guajará-Mirim, Porto Velho e distrito de Abunã.
Os dados hidrológicos utilizados nos boletins são provenientes da Rede Hidrometeorológica Nacional de responsabilidade da Agência Nacional de Águas (ANA), operada pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e demais parceiros. As previsões apresentadas são baseadas em modelos hidrológicos e estão sujeitas às incertezas inerentes aos mesmos. Mais informações do SAH-Madeira podem ser obtidas no sítio SAH-Madeira http://www.cprm.gov.br/sace/madeira

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